“Ouro médico”. Células de dentes do siso extraídos podem tratar várias doenças

Uma cavidade vascular que mantém o dente do siso vivo pode ser a chave para tratar doenças — têm uma incrível capacidade de transformação.

Milhões de pessoas extraem diariamente os dentes do siso — aqueles que em muitos nem sequer nascem, mas que podem dar alguns problemas. Os cientistas acabam de perceber que podem ter mais utilidade cá fora do que dentro da boca.

Tudo isto porque estes dentes escondem valiosas células estaminais dentárias no seu interior.

Cada dente do siso abriga um núcleo macio chamado polpa dentária — uma cavidade vascular que mantém o dente vivo.

Os cientistas isolaram células residentes nessa polpa que se comportam como construtores imaturos do corpo, com capacidade para se transformarem em neurónios, músculo cardíaco ou osso, quando devidamente estimuladas em laboratório.

“Essa transição da expressão de marcadores para uma atividade elétrica genuína é essencial, porque os circuitos cerebrais danificados precisam de células que consigam enviar sinais”, explica à Earth o investigador Gaskon Ibarretxe.

Estudos pré-clínicos mostram que células da polpa dentária podem aliviar sintomas motores em modelos de ratos com doença de Parkinson.

Os investigadores estão a planear ensaios multicêntricos que comparam implantes de células da polpa dentária com a estimulação cerebral profunda padrão no tratamento de distúrbios do movimento.

Se estas células restaurarem funções e reduzirem os custos de saúde, os dentistas poderão em breve oferecer um kit de preservação juntamente com os pacotes de gelo pós-operatórios — como escreve a Earth, o dente do siso pode bem passar a ser um verdadeiro “ouro médico”.

ZAP //

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