Do teletrabalho parcial à testagem em massa. Vem aí um “reforço acentuado” de medidas

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José Sena Goulão / Lusa

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales

António Lacerda Sales admite um “reforço acentuado” de medidas, como teletrabalho parcial, uso de máscara e reforço de testagem.

Face ao aumento de novos casos diários, António Lacerda Sales admitiu, esta quarta-feira, um “reforço acentuado” das medidas de combate à pandemia de covid-19.

O secretário de Estado adjunto e da Saúde adiantou algumas das medidas, entre as quais o teletrabalho parcial, o uso de máscara em espaços fechados e em abertos com “grandes aglomerações” e possivelmente “uma testagem mais acentuada”.

Ainda assim, em linha com os restantes governantes que se têm vindo a manifestar ao longo desta semana, Lacerda Sales remeteu para a reunião dos peritos do Infarmed, esta sexta-feira, antes de se tomar qualquer decisão efetiva. O Governo quer não só ouvir os especialistas como também os partidos políticos.

Portugal registou hoje 2.527 novos casos confirmados de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2, o número mais alto desde 26 de agosto. A nível nacional, Portugal está com uma incidência a 14 dias de 173,7 casos casos por 100 mil habitantes e um índice de transmissibilidade R(t) de 1,17.

Em declarações à RTP3, António Lacerda Sales disse que “a campanha de vacinação está a ser um sucesso” e que “garantidamente atingiremos as nossas metas”. São 560 mil as pessoas que já receberam uma dose de reforço contra a covid-19 e 1,3 milhões as pessoas que já tomaram a vacina da gripe.

Marcelo Rebelo de Sousa também se pronunciou, adiantando que não está previsto um novo estado de emergência no país, apesar ser “possível constitucionalmente mesmo com a Assembleia dissolvida”.

À saída da cimeira da COTEC Europa, onde reuniu com os chefes de Estado de Espanha e Itália, em Málaga, o Presidente da República explicou que apesar do agravamento dos números, estes ainda estão distantes dos valores que o levaram a renovar o estado de emergência no passado.

“Quando renovei o estado de emergência, o país estava em fasquias que considerava relevantes, que estão muito, muito longe dos números atuais, quer nos internados quer nos infetados”, disse Marcelo, citado pelo Expresso.

“Há um movimento a que os portugueses têm aderido, e queria congratulá-los por isso, porque é sensato”, prosseguiu o chefe de Estado. “Esta campanha da 3.ª dose, a qual todos devem aderir, é do seu interesse e do interesse da saúde pública”.

Esta terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse ser “evidente” que o uso obrigatório de máscara na rua deve ser reposto. Confrontado com estas declarações, Marcelo indicou que essa medida só entrará em vigor “com a indicação do Governo” e depois das recomendações dos peritos do Infarmed.

“O Presidente não governa, portanto respeita a competência própria do governo”, atirou.

Daniel Costa, ZAP //

4 Comments

  1. A aposta no teletrabalho, depois de este ter visto um novo regime jurídico ser aprovado, implicará necessariamente que o Estado pague parte das despesas que com a nova lei o empregador terá de suportar. Fiquei apenas com uma dúvida em relação à nova lei: o empregador também tem de suportar o pijama e as pantufas do colaborador? Afinal, é a sua farda de trabalho!

  2. Estes senhores do governo, os dirigentes sindicais e os be’s e pcp’s são sempre a favor do teletrabalho! Afinal já é normal não produzirem nada. Portanto, em casa ficam melhor!?

  3. Pior é o Governo dizer para se ficar em casa em teletralho, no caso de se sentir algum sintoma, sem regular a aplicação do teletrabalho, levando os trabalhadores a terem faltas injustificadas.

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