A variante Delta está a crescer exponencialmente no Reino Unido. Em Portugal também já há “transmissão comunitária” e devido à elevada capacidade de transmissão é provável que este número cresça.
Conhecida como Delta, a nova variante do coronavírus está a crescer muito rápido no Reino Unido.
Segundo o Expresso, desde a semana passada, o número de casos associados a esta mutação subiu 243%, sendo agora responsável por mais de 42 mil casos, 30 mil destes na última semana – ou seja, 90% dos casos totais.
Atualmente, esta já é a variante dominante no Reino Unido, e os últimos estudos indicam que tem uma capacidade de transmissão 60% superior à variante Alfa, que até aqui era a que dominava em terras britânicas, sendo precisamente assim conhecida.
E em Portugal?
Já foram identificados 92 casos e existe “transmissão comunitária”, apontou o relatório semanal de monitorização das “linhas vermelhas” do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) e da DGS.
O último relatório sobre a diversidade genética do vírus – apresentado no dia 31 de maio – já apontava que o peso da variante Delta em Portugal era de 4,8% entre os casos confirmados durante o mês de maio.
Contudo, apesar de haver o risco de esta percentagem subir de forma exponencial nos próximos tempos os especialistas indicam que “não há razões para alarme”.
Ao Expresso, o virologista Pedro Simas adianta que “as variantes estão sempre a aparecer e as que têm mais capacidade de disseminação vão sempre dominar em relação às outras”.
O investigador frisa que “vão sempre existir casos de pessoas já vacinadas que desenvolvem uma forma grave da doença, porque a vacina não é 100% eficaz, mas isso não significa que a vacina não funcione com a variante Delta”, adverte.
Ainda assim, Óscar Felgueiras frisou em declarações à RTP3 que “neste momento temos a população mais idosa vacinada e isso faz com que as consequências, tanto em termos hospitalares, como em termos de óbitos sejam menores”.
Neste contexto, Paulo Paixão explica que “não é razão para alarme” e salienta que “os estudos recentes feitos no Reino Unido mostram que a proteção dada pelas vacinas da Pfizer e da AstraZeneca contra a variante Delta é muito parecida à proteção contra a variante Alfa. Isso leva-nos a concluir que a atuação da vacina contra a Delta é boa”.
Pedro Simas indica que as “novas variantes vão sempre dominar, mesmo quando o vírus deixar de ser pandémico e passar a ser endémico, que é o que já está a acontecer em Israel, onde já não há internamentos graves ou mortes”, aponta.
Em Portugal, espera-se que a variante Delta continue a crescer até eliminar todas as outras variantes – e o mesmo vai acontecer com variantes futuras.
Atualmente, a situação é mais grave em países numa fase mais atrasada da pandemia, como a Índia, que ainda tem uma baixa taxa de vacinação.