Uma imunologista da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, considera que é importante que as pessoas que já foram vacinadas contra a covid-19 continuem a usar máscara, uma vez que “ainda podem ser contagiosas”.
Michal Tal, imunologista da Universidade de Stanford, diz que “muitas pessoas pensam que, uma vez vacinadas, não precisam de usar mais máscara”, porem, a especialista defende que devem continuar a fazê-lo. A razão é simples: apesar de imunizados contra a doença, “ainda podem ser contagiosos”, referiu ao The New York Times.
Também o CEO da norte-americana Pfizer, concorda com esta perspetiva. Albert Bourla admite que ainda não se sabe se as pessoas vacinadas ainda podem ser portadoras do SARS-CoV-2 e transmiti-lo a outros. “Penso que é algo que precisa de ser analisado. Não temos a certeza sobre isso agora”, afirmou em declarações recentes à NBC News.
A vacina da Pfizer/BioNTech, que começou esta terça-feira a ser administrada no Reino Unido, revelou uma eficácia de 95% na prevenção da covid-19, segundo resultados finais do teste clínico em larga escala. Contudo, ainda não é claro se as pessoas que já foram imunizadas podem conter a propagação do novo coronavírus.
De acordo com o The New York Times, esta dúvida surge porque os ensaios clínicos da Pfizer, mas também os da Moderna, rastrearam apenas as pessoas vacinadas que adoeceram com covid-19. Desta forma, fica aberta a possibilidade de que algumas pessoas vacinadas possam ser infetadas sem apresentarem sintomas.
O nariz é a principal porta de entrada das infeções respiratórias, incluindo a que é provocada pelo novo coronavírus. É nesta zona que o vírus se multiplica rapidamente, levando o sistema imunitário a produzir anticorpos, que são específicos da mucosa, o tecido húmido que reveste o nariz, a boca, os pulmões e o estômago.
Caso um individuo seja exposto ao vírus pela segunda vez, estes anticorpos e as células imunológicas matam o vírus no nariz antes que este se espalhe para outras partes do corpo.
Por sua vez, as vacinas contra a covid-19 são injetadas e rapidamente absorvidas no sangue, onde estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos. Alguns desses anticorpos vão circular para a mucosa nasal, mas não é ainda claro qual é a quantidade.
Caso se constate que o número de anticorpos na mucosa nasal é insuficiente, o vírus pode replicar-se nesta zona e ser espirrado e exalado, infetando outras pessoas.
Coronavírus / Covid-19
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