Morreu Garcia dos Santos. Foi essencial no 25 de Abril e foi “travado” quando denunciou corrupção

André Kosters / LUSA

General Amadeu Garcia dos Santos

Além do seu papel nas transmissões da Revolução, mais tarde denunciou corrupção na Junta Autónoma das Estradas.

O general Amadeu Garcia dos Santos, um dos militares envolvidos na revolução de 25 de Abril de 1974 e antigo chefe do Estado-Maior do Exército, morreu hoje aos 89 anos, confirmou à Lusa fonte oficial do ramo.

Garcia dos Santos, que foi capitão de Abril e especialista em comunicações, morreu na sua casa.

O general foi o responsável pelas transmissões no dia 25 de Abril de 1974, a partir do Quartel da Pontinha. Foi um dos seis oficiais das Forças Armadas que comandaram o golpe militar.

Amadeu Garcia dos Santos foi secretário de Estado no I Governo Provisório, secretário de Estado das Obras Públicas no II, III e IV Governos Provisórios, liderados pelo primeiro-ministro Vasco Gonçalves.

Foi chefe do Estado-Maior do Exército – tendo sido exonerado deste cargo em 1983, por Mário Soares.

​Garcia dos Santos foi chefe da Casa Militar de António Ramalho Eanes, então presidente da República.

Também foi presidente da ex-Junta Autónoma de Estradas (JAE), no Governo de António Guterres. Mas saiu após denunciar casos de corrupção.

A polémica aconteceu em 1998: Garcia dos Santos contou que havia problemas no lançamento e na realização das obras; a corrupção era visível através de “projetos mal feitos e mal conduzidos, feitos para determinada empresa ganhar, sabendo onde está o erro no anteprojeto”.

Mais tarde, queixou-se da postura de Guterres e de Cunha Rodrigues, que era procurador-geral da República: não quiseram avançar nas investigações. Sentiu-se “travado”.

ZAP // Lusa

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