Dinheiro dos pobres usado para “vida de luxo”. Presidente, mulher e filha da Mão Amiga acusados

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O presidente da Associação Mão Amiga, em Gulpilhares, Vila Nova de Gaia, a mulher e a filha foram acusados pelo Ministério Público (MP) de usarem o dinheiro da instituição para pagarem uma “vida de luxo”. Terão também beneficiado amigos e outros familiares.

O MP entende que os três acusados utilizaram os donativos doados à Associação e que deveriam ajudar pessoas desfavorecidas para pagarem gastos pessoais.

O alegado esquema fraudulento terá ocorrido entre 2010 e 2018 e os três arguidos, acusados de peculato e abuso de confiança, terão conseguido “uma vantagem criminosa de mais de 355 mil euros – valor que resulta da diferença entre os rendimentos dos arguidos e o património que possuem”, conforme refere o Correio da Manhã (CM) citando o acórdão de acusação.

Durante esses oito anos, os arguidos terão utilizado contas da instituição para pagar os seus gastos pessoais e os de amigos e familiares.

Só em compras de supermercado, gastaram 103 mil euros entre 2011 e 2013″, refere o CM, notando que também usaram as contas da Mão Amiga para comprar “óculos, lentes, colchões ortopédicos”, para pagar “multas à polícia municipal” e “despesas com seguros de saúde” e “despesas de familiares e conhecidos com água, TV cabo e transportes”.

Terão pago também impostos com os donativos da Associação.

O MP atesta que a Associação comprou um BMW através de um crédito de 28 mil euros e que quando esse empréstimo foi pago, a filha do casal adquiriu a viatura por 1500 euros quando esta valeria 35 mil euros.

De acordo com os dados revelados pela acusação, a Mão Amiga recebeu donativos da ordem dos 85 mil a 96 mil euros entre 2011 e 2013, mas apresentou sempre prejuízos nas contas. Entre 2012 e 2013, a Associação averbou 194 mil euros em receitas, mas só 4732 euros “foram para causas sociais”, refere o CM com base em dados da Segurança Social.

As suspeitas contra a Mão Amiga levaram a Segurança Social a fazer uma inspecção que resultou na suspensão do estatuto de pessoa colectiva de Utilidade Pública.

Apesar disso, os arguidos “continuaram a identificar a associação perante a comunidade e donatários como sendo pessoa colectiva de Utilidade Pública para angariarem donativos e assim fazerem face às suas despesas pessoais e de terceiros”, aponta o MP.

Após essa inspecção da Segurança Social, os arguidos terão transferido das contas da Associação para as suas cerca de 23 mil euros.

Os arguidos não comentam as acusações, mas o seu advogado, Luís Vaz Teixeira, revela ao CM que vão “avançar com um pedido de abertura de instrução”.

ZAP //

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33 Comments

  1. Gente malvada corrupta e sem vergonha nas trombas e como isto é num país de gente sem carácter ou vergonha,iremos continuar a assistir a estas notícias.Como já conheço a mural de certas organizações,não dou dinheiro a ninguém.

    • Você é de onde Raul Soares? Assume que é gente corrupta sem vergonha nas trombas ou é de outro país e é melhor estar calado e não ofender os portugueses?

      • Ofender os PORTUGUESES como se não tivessemos exemplos suficientes de Portugueses que fazem o mesmo ou pior basta ver ver as notícias meu caro, em que mundo vive !!!

    • funcioanrios publicos ou isntituçoes ligadas ao estado.

      estado portugues e uma entidade criminosa…

      todos os seus salarios deveriams ser indexados a realidade do pais, acabar om as mordomias, tudo igula ao prvado,,,, contratos iguais oa privado, e

      reformas tudo apra a seg social.

      igualdade para todos,,,,

  2. Pois, mas ainda alguém tem dúvidas de que a maioria das associações não governamentais, fundações IPSS e outras que tais são, na sua esmagadora maioria, formas encapuçadas de ganhar dinheiro, na maioria das vezes em esquemas ilegais e com o benefício de não pagar os impostos que as empresas pagam
    Em Portugal existe um ódio generalizado a quem assume abertamente trabalhar para ganhar dinheiro, à iniciativa privada e às empresas. A um empresário é sempre colocado o rótulo de malandro, quando nas maiores economias e nos países desenvolvidos acontece exactamente o oposto: é valorizada a iniciativa privada e o espírito empreendedor.
    E que tal deixarmos de perseguir as empresas e os empresários e fiscalizarmos associações, fundações e IPSS, para saber se realmente são o que apregoam ser.

    • “Em Portugal existe um ódio generalizado a quem assume abertamente trabalhar para ganhar dinheiro…”
      Ah? Será o calor que te está a baralhar as ideias??
      Em Portugal (etc) toda (99%) a gente trabalha para ganhar dinheiro… até porque “viver custa dinheiro”!…
      Nunca vi ninguém com ódio a quem trabalha para ganhar dinheiro!
      Só mesmo uma mente delirante para escrever semelhante disparate!…
      Quando muito, há ódio a quem ganha dinheiro SEM trabalhar (ou desvia dinheiro) – como aconteceu neste caso aqui noticiado!!

    • Em Portugal não se pode ser empresário, patrão ou senhorio com uma casa para arrendar. Isso é uma realidade. Noutros países não sei como será. Sei de uma caso contado por uma empregado na SS que quando lá chegavam bens para distribuir, os cabecilhas tinham autorização de ir ao armazém escolher o que de melhor entendessem para levar para casa. É o mesmo que se passa com a UNICEF. Os bens que são enviados para países pobres vão-se perdendo pelo caminho e aos destinatários necessitados só chega 25% do total.

  3. É por isso que prefiro dar directamente a quem precisa e nunca mas mesmo nunca a instituições que são a maior parte administradas por ladrões!
    Este não é o primeiro caso deste género numa suposta instituição de solidariedade social!

  4. É exatamente por isto que deixei de contribuir para o que quer que seja. Não confio em nenhuma destas instituições e principalmente quem está na sua gestão. Muita desta gente não passa de um gentalha que vai
    a missa todos os domingos e quem olha para eles até parecem santos.

  5. Os valores humanos neste país parecem já não fazer parte da formação de uma pessoa, cada qual safa-se como puder, instituições e fundações são aos montes a viver à custa de donativos públicos e privados, quem os dirige a maioria assumem-se como donos disto tudo e nada lhes acontece, desta forma é o descrédito total, não há moral, respeito, nem humanismo que deveriam ser os pilares de uma sociedade mais justa, se a democracia é isto, então meus amigos, não acrescento mais porque correria o risco de ser alcunhado de outra coisa.

  6. Estão chocados porquê??? Até parece que todas as associações, instituições e ong’s não são assim. Façam como eu de-em directamente a quem precisa, estas associações e todas as IPSS são assim, só fazem o minimo para dizerem que fizeram, quem ganha é quem está lá dentro a receber aos milhares do estado e dos idiotas que caem nisto dos donativos e etc. Já nem vou falar que prai 90% nem é usado para Portugueses. Parem de dar dinheiro a associações e activistas.

  7. O Mundo está contaminado de oportunistas, vejam o caso da ONU já há uns anos que veio a publico que apenas uma pequeníssima parte do dinheiro doado chegava aos que mais precisavam, Portugal não é diferente embora eu pense que Portugal devia ir para o Guinness por o País mais corrupto a todos os níveis políticos, Procuradores, Juízes etc.etc.

  8. Pelo que li até agora, há por aqui gentinha que se sente ofendida, Porque será???? não me digam que pertencem a alguma instituição do género que faz a mesma coisa… ou secalhar pior. Pois, deve ser isso. O Planeta está cheio de incêndios (leia-se em sentido figurado), e este é um deles, e como os focos são tantos, é claro, não há bombeiros para apagar isto tudo. O fogo da Raríssimas, que a Paula Brito Costa ateou, já está dominado???? é claro que não. Eu já pedi ao Presidente do Conselho de Administração do Planeta Terra para condenar gente desta à pena de morte… mas ele, ainda não aceitou o meu pedido. Que pena!!!!

  9. Os maiores responsáveis por estes atos maquiavélicos, nojentos e sem vergonha, são sem sombra de duvida os juizes e advogado que temos em Portugal. Uns porque não os julgam e condenam, outros porque usam as artimanhas estratégicamente deixadas nas leis, criadas pelos seus pares muitos deles da estrumeira da política, para poderem reinar, ilibando estes corruptos. Que vergonha eu tenho de dizer que sou Português!!!! Nunca pensei, mas deparo-me com este sentimento.

  10. Embora aparentemente nada tenha a ver com esta notícia , mas numas coisas estão interligadas . Os leitores sabem que as sedes dos partidos políticos, todos em Lisboa , têm na conta da água a classificação de IPSS ??? !!!! para pagarem muito menos que as normais empresas ou particulares . E também que alguns colégios privados e o Hospital dos SAMS também usufruem dessa classificação? Desde quando é que essas entidades ´são IPSS ? Quem é que lhes atribui esse estatuto? Só pode ser o Estado ou as empresas publicas diretamente envolvidas

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