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Unidade anti-terrorista controla os refugiados em Portugal

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Paulo Novais / Lusa

Refugiados sírios e sudaneses à chegada a Penela

Todos os refugiados que chegam a Portugal ficam debaixo da mira das autoridades policiais portuguesas por alegadas “razões de segurança”, por culpa do grupo terrorista Estado Islâmico.

Nos últimos dias, vários suspeitos de ligações ao Daesh têm sido detidos na Europa, depois de detectados no meio dos milhões de refugiados que têm chegado ao velho continente. Só na Alemanha verificaram-se, recentemente, quatro casos.

É perante esta realidade que as autoridades portuguesas têm no terreno um sistema de controlo dos refugiados, avança o Diário de Notícias.

A Unidade de Coordenação Anti-terrorista (UCAT), que junta os Serviços de Informação, a Polícia Judiciária e a PSP, tem sempre como ponto na agenda,  nas reuniões regulares, a situação dos refugiados em Portugal, afiança o jornal, salientando que o objectivo é “manter uma monitorização discreta sobre a integração destas pessoas”.

Trata-se de um controlo indirecto “sem vigilâncias aos refugiados”, efectuado “através de contactos regulares com as entidades locais envolvidas no acolhimento”, nomeadamente as autarquias, os assistentes sociais e as organizações não governamentais, sustenta o DN.

As autoridades ficam atentas a sinais como “ausências prolongadas das residências, contactos com estrangeiros estranhos ao grupo, comportamentos anti-sociais“, entre outros que possam ser encarados como indícios preocupantes.

A possibilidade de os refugiados serem radicalizados por terroristas na Europa é um dado a que as polícias e as secretas também estão atentas.

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) procede ainda à “avaliação” das situações de refugiados que fogem do nosso país, como foi o caso de um casal acolhido em Mangualde que desapareceu durante a noite e que terá rumado à Noruega.

Portugal já acolheu mais de 500 refugiados

De acordo com dados oficiais do SEF, citados pelo DN, já foram acolhidos em Portugal 526 refugiados oriundos de centros de acolhimento em Itália e na Grécia.

O processo de acolhimento e integração destas pessoas engloba “a aprendizagem da Língua portuguesa, o alojamento, apoio nos cuidados de saúde, apoio no vestuário, apoio no acesso à educação, promover o encaminhamento das crianças em idade escolar para o agrupamento de escolas da zona de acolhimento, entre inúmeros outros aspectos”, salienta uma fonte do SEF ao DN.

Esta segunda-feira, no seu discurso na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a integração de refugiados e de migrantes em Portugal, destacando o acesso das crianças à saúde e à educação públicas.

O Presidente da República lembrou que Portugal aceitou as suas obrigações, no plano da União Europeia, e que ainda “duplicámos os números de refugiados acolhidos, por razões de solidariedade”.

Marcelo também elogiou o trabalho da Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência a Estudantes Sírios criada e liderada pelo antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que esteve igualmente presente nesta reunião da ONU.

Também Barack Obama, o Presidente dos EUA, elogiou Portugal pelos seus novos compromissos de acolhimento de refugiados, ao discursar na cimeira da ONU.

“Quero elogiar a Alemanha, o Canadá, a Áustria, os Países Baixos e a Austrália, pela sua liderança continuada, bem como países como a Argentina e Portugal, pelos seus novos compromissos”, disse Obama.

O ministro-adjunto do primeiro-ministro, Eduardo Cabrita, que tutela as migrações, disse à agência Lusa que Portugal vai duplicar até ao final do ano o número de refugiados recebidos.

ZAP / Lusa

1 Comment

  1. Trata-se de um controlo indirecto “sem vigilâncias aos refugiados”, efectuado “através de contactos regulares com as entidades locais envolvidas no acolhimento”, nomeadamente as autarquias, os assistentes sociais e as organizações não governamentais, sustenta o DN.
    Que raio de vigilância é esta? Nenhuma!

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