As infeções por Capnocytophaga em humanos são raras, especialmente em indivíduos historicamente saudáveis. Mas, quando aparece, pode ser mortal.
A Capnocytophaga é uma doença extremamente rara. Dois estudos epidemiológicos, citados pela Live Science, sugerem que, por ano, afeta apenas entre 0,5 e 0,7 pessoas por milhão.
A infeção por Capnocytophaga pode ser causada por nove espécies de bactérias que pertencem ao mesmo género: Capnocytophaga.
Algumas destas espécies, como a Capnocytophaga gingivalis, vivem naturalmente na boca dos seres humanos e tendem a causar infeções principalmente em pessoas que têm sistemas imunitários enfraquecidos.
No entanto, a maioria das infecções por Capnocytophaga em humanos é causada por C. canimorsus – uma espécie que vive na boca de cães e gatos.
Além das pessoas com sistemas imunitários enfraquecidos correm um maior risco de apanhar Capnocytophaga e desenvolver doenças graves pessoas sem baço, ou com distúrbios relacionados com o consumo de álcool e fumar.
Os doentes que não têm baço têm um risco 30% a 60% maior de morrer de infeções por Capnocytophaga. Estes doentes podem ser particularmente suscetíveis porque o baço desempenha um papel vital na resposta do sistema imunitário a bactérias como a Capnocytophaga.
Lambidela fofa… e fatal
Os doentes que ficam infetados com C. canimorsus normalmente apanham-na quando são mordidos ou lambidos por um cão ou por um gato, se saliva entrar numa ferida no corpo da pessoa.
Nas pessoas que desenvolvem a infeção por Capnocytophaga, os sintomas começam normalmente entre três e cinco dias após a mordedura/lambidela.
Os doentes podem desenvolver bolhas no local da ferida, vermelhidão, inchaço ou dor. Podem também ter febre, diarreia, vómitos e dores de cabeça.
A bactéria Capnocytophaga pode também espalhar-se para outros órgãos, desencadeando situações graves como ataques cardíacos, insuficiência renal e gangrena, a morte de tecido corporal.
Além disso, a infeção pode provocar septicemia (envenenamento do sangue) ou meningite (infeção das membranas que cobrem o cérebro e a medula espinal). Os doentes que desenvolvem estas doenças graves têm uma probabilidade de sobrevivência de 30% ou 5%, respetivamente.
A infeção por Capnocytophaga pode ser tratada com antibióticos, e o início rápido da terapia pode reduzir o risco de desenvolvimento de complicações graves.
Os especialistas recomendam que quem é mordido por um animal deve contactar um médico para ser avaliado. Deve também lavar imediatamente as zonas afetadas com água e sabão.