Cerca de 25% das crianças até aos nove anos que tiveram covid-19 em Portugal foram infetadas por mais de uma vez, tendo tido reinfeção.
Carlos Antunes, matemático e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, avançou ao Jornal de Notícias que uma em cada quatro (25%) crianças com menos de 10 anos foram infetadas por mais de uma vez, tendo tido reinfeção.
As reinfeções crescem com a nova linhagem da Ómicron (BA.5), sobretudo entre os menores e a população mais jovem até aos 39 anos.
O diário escreve que a percentagem mais elevada de reinfeções entre os mais novos — na faixa etária dos 5 aos 9 anos, que chega mesmo a ser de quase 30% — contrasta com a percentagem de reinfeções na população mais velha.
Entre infetados com mais de 60 anos apenas entre 8% e 9% voltaram a ser contagiados após um primeiro caso positivo.
Os casos de reinfeção são mais elevados entre a população mais jovem provavelmente devido à menor cobertura vacinal. Além disso, a população mais velha, além de estar mais vacinada, terá uma “perceção de risco” mais elevada, utilizando mais máscaras e limitando mais os contactos sociais, referiu o especialista.
De acordo com Carlos Antunes, o país passou de uma taxa de reinfeção de 2% para 12% entre todas as faixas etárias.
O JN destaca que o Norte é a região com mais casos (6% de reinfeções), seguida de Lisboa e Vale do Tejo (5,5%), do Centro (5%), do Alentejo (4,5%) e, por último, do Algarve (4%).
“Em meados do ano passado, 2% dos doentes eram reinfeções. A partir de 7 de dezembro de 2021, a percentagem subiu para 6% e, com a BA.5, passou para 12% no final de abril”, disse o matemático. “As novas variantes têm uma maior capacidade de reinfeção e de contornar o sistema imunitário do que as anteriores”, completou.
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) dá também conta de que a linhagem BA.5 da Ómicron é responsável por 87% das infeções em Portugal.
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe