Um por um, eis os candidatos que se perfilam à liderança do PSD — e os que ainda testam terreno

ZAP // Lusa / PSD

Até agora, o antigo líder da pancada parlamentar do PSD parece ser o único nome certo na corrida interna.

A segunda-feira, dia do Conselho Nacional do PSD, ficará marcada pelo início oficial da corrida à liderança do PSD, anunciada após o resultado negativo que o partido obteve nas eleições legislativas de 30 de janeiro — que resultou na maioria absoluta do PS — e consequente anúncio de saída de Rui Rio.

Apesar do calendário por definir, outra questão que os conselheiros terão de definir consoante as preferências dos possíveis candidatos, parece ser da vontade de quase todos que a questão fique arrumada antes do verão, ou pelo menos na sua fase inicial.

De acordo com o Observador, Luís Montenegro está pronto para avançar formalmente com a sua candidatura, depois de ter tomado a sua decisão há muito tempo e os seus mais próximos terem encetado contactos com as estruturas do partido.

Segundo a mesma fonte, grande parte da estratégia e das linhas-gerais da candidatura replicam o esquema da anterior, nomeadamente a questão do índice de felicidade interna bruta, um indicador usado pela Organização das Nações Unidas.

Luís Montenegro terá como prioridade romper definitivamente com a era de Rui Rio, priorizando a agregação e união do partido, a modernização da sua imagem, a atração de novos quadros e acabar com a discussão sobre o posicionamento do partido, focando-se em fazer do PSD uma alternativa sustentada do PS.

É expectável que a candidatura do antigo líder parlamentar seja oficializada até ao fim da próxima semana.

Estes níveis de certeza não se aplicam aos restantes nomes na contenda. Por exemplo, um possível avanço de Carlos Moedas continua a ser um autêntico tabu dentro das hostes sociais-democratas, apesar de ser de conhecimento público que as pressões são muitas, ao seu redor, para que avance, apesar de o presidente da Câmara de Lisboa entender que este não ser o timing certo.

A questão surge porque alguns dos apoiantes da ala ‘passista’ não simpatizarem com o perfil de Montenegro.

As reticências e a ponderação do antigo comissário europeu nesta fase está a ser comparada ao período de reflexão que precisou antes de avançar como candidato à Câmara de Lisboa, pela mão de Rui Rio.

Ainda de acordo com o Observador, Moedas parece reunir apoios não só entre os antigos admiradores de Passos Coelho, mas também de Marcelo Rebelo de Sousa e até de Cavaco Silva. Contra o autarca parece estar o calendário, que tem de conciliar os prazos internos com os das legislativas.

Outro nome que muitos pretendem como oposição a Luís Montenegro é o de Miguel Poiares Maduro, que tem vindo a alimentar as esperanças daqueles que apoiariam uma candidatura sua.

Os rumores parecem ter-se adensado devido à participação do antigo ministro num almoço organizado por Maurício Marques, antigo deputado, e que também contou com a participação de Pedro Passos Coelho. Na reunião, o nome de Poiares Maduro foi sugerido.

No entanto, é expectável que o antigo ministro não avance caso se confirme uma candidatura de Carlos Moedas ou até de Paulo Rangel, já que o próprio entende que estes seriam os preferidos pelas estruturas — e teriam, de resto, o seu apoio.

Na prática, é entendido que Poiares Maduro teria dificuldade em organizar uma candidatura em tempo viável, pelo que só uma grande mudança do panorâma social-democrata poderia alterar a sua visão.

Depois do nome certo e dos falados, surgem os dois ausentes. Nesta pasta incluem-se o de Miguel Pinto Luz, que chegou a considerar uma candidatura e depois optou por se afastar progressivamente ao ponto de nem estar prevista a sua presença na reunião do conselho nacional de segunda-feira. O vice-presidente da Câmara de Cascais está na Roménia, onde participa numa missão de acolhimento de refugiados.

Outro nome que parece arredado é o de Jorge Moreira da Silva que, apesar de ter participado na campanha das legislativas, parece estar focado na Direção da Cooperação para o Desenvolvimento e o Secretariado do Comité de Ajuda ao Desenvolvimento da OCDE, ocupada, por estes dias, com a crise na Ucrânia resultante da invasão russa.

Finalmente, Ribau Esteves, que confirmou à comunicação social estar a ponderar uma candidatura à liderança do partido, parece carecer de apoio e dimensão nacional para ter um verdadeiro impacto na corrida. O autarca deve continuar o seu processo de reflexão, pelo menos até ao final da próxima semana.

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