A UEFA vai fazer adiantamentos no valor de cerca de 70 milhões de euros a 676 clubes das 55 federações europeias, relativos à contribuição para o processo de qualificação para o Euro2020, anunciou esta quinta-feira o organismo.
A decisão, tomada esta quinta-feira pelo Comité Executivo do organismo regulador do futebol europeu, pretende apoiar os clubes, “à luz da atual crise”, devido à pandemia de covid-19, que tem trazido “dificuldades financeiras para muitos clubes na Europa”.
Ao todo, há 676 clubes que vão beneficiar deste valor, com 50 milhões de euros a serem atribuídos pela cedência de jogadores às seleções dos 39 países que disputaram a qualificação, mas não estarão envolvidas nos ‘play-offs’ de acesso à fase final do Euro2020, adiado para 2021.
A outra fatia significativa, de 17,7 milhões, vai para as 16 equipas que vão disputar os últimos lugares de qualificação para o torneio, com 2,7 milhões de euros reservados ainda para depois da conclusão desses jogos dos ‘play-offs’.
“Para o Euro2020, um mínimo de 200 milhões de euros está disponível para distribuição pelos clubes, como acordado no memorando de entendimento entre a UEFA e a Associação Europeia de Clubes, renovado em 2019″, pode ler-se em comunicado.
Este documento estipula que 70 milhões de euros são devidos pela participação de atletas nos jogos de qualificação e na Liga das Nações, agora pagos de forma antecipada, com 130 milhões de euros previstos pela participação na fase final do Euro2020.
Em 2016, a UEFA pagou aos clubes um valor diário de 6.500 euros por cada jogador que participou no Campeonato Europeu. Os campeões europeus renderam mais de um milhão de euros aos cofres do Sporting, que foi o clube que mais lucrou.
Assim, face à forte representação dos leões na seleção portuguesa, com Rui Patrício, William Carvalho, Adrien Silva e João Mário, o Sporting somou cerca de 1,12 milhões de euros com o bom desempenho em França.
Os montantes atribuídos aos clubes europeus beneficiários desta medida, no período de 2018 a 2020, variam, por clube, entre 630 mil euros e 3.200 euros. “Nestes tempos difíceis, em que muitos clubes enfrentam dificuldades financeiras, especialmente de tesouraria, era o nosso dever garantir que recebem estes pagamentos o mais depressa possível”, explicou o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin.
Já para Andrea Agnelli, que lidera a Associação Europeia de Clubes, esta decisão configura “uma injeção de liquidez muito necessária para os clubes”.
Também nesta quinta-feira, o Comité Executivo da UEFA anunciou que o Europeu de futebol feminino de 2021 foi adiado por um ano, para o período entre 0 e 31 de julho de 2022, indicando que decorrerá nos mesmos estádios, em Inglaterra.
“Quando tivemos de tomar uma decisão urgente sobre o adiamento do Europeu de 2020, tivemos sempre em mente o impacto no Europeu feminino de 2021. Considerámos todas as opções, sempre com o nosso compromisso em relação ao crescimento do futebol feminino”, sublinhou o presidente da UEFA.
ZAP // Lusa