/

UE não reconhece resultados das eleições na Bielorrússia e “não aceita impunidade”

A União Europeia (UE) está solidária com o povo da Bielorrússia e vai apoiá-lo, ao mesmo tempo que sancionará os responsáveis pela fraude nas eleições presidenciais e pela violência, pois “não aceita impunidade”, afirmou o presidente do Conselho Europeu.

No final da cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da UE, realizada por videoconferência, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse, em conferência de imprensa, que os 27 têm uma mensagem “muito forte e unida” para Minsk.

“A UE está solidária com o povo da Bielorrússia e não aceita a impunidade”, pelo que vai adotar “em breve” sanções contra “um número substancial de indivíduos responsáveis pela violência, repressão e fraude eleitoral”.

“Estas eleições não foram nem livres nem justas. Não reconhecemos os resultados apresentados pelas autoridades bielorrussas. O povo da Bielorrússia merece melhor”, declarou Michel, que insistiu na necessidade de uma solução pacífica e democrática para a transição de poder.

Questionado sobre a sua conversa telefónica com o Presidente russo, Vladimir Putin, o presidente do Conselho Europeu indicou que lhe transmitiu “a convicção europeia de que é importante um diálogo nacional inclusivo” imune a “interferências externas negativas”.

O Grupo de Visegrado (Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia) apelou para uma solução política para a crise na Bielorrússia, com respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais e sem violência contra manifestantes pacíficos.

Lukashenko ordena fim dos protestos

“Não deve haver mais nenhum distúrbio em Minsk. As pessoas estão cansadas e pedem paz e tranquilidade”, disse o Presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, após uma reunião do conselho de segurança do Governo, citado pela agência estatal Belta.

O chefe de Estado ordenou o reforço do controlo nas fronteiras para impedir a entrada de “combatentes e armas” e disse que os trabalhadores dos media estatais que se demitiram em protesto contra o Governo não vão ser readmitidos.

Segundo a agência, Lukashenko deu também instruções para que os serviços secretos acentuem os esforços para encontrar os organizadores dos protestos e identificar fontes de financiamento.

A crise na Bielorrússia foi desencadeada depois das eleições de 9 de agosto que, segundo os resultados oficiais, reconduziu Lukashenko, no poder há 26 anos, para um sexto mandato, com 80% dos votos.

A oposição denuncia a eleição como fraudulenta e milhares de bielorrussos saíram às ruas por todo o país para exigir o seu afastamento do poder.

Os protestos têm sido duramente reprimidos pelas forças de segurança, com quase sete mil pessoas detidas, dezenas de feridos e pelo menos três mortos. As pessoas entretanto libertadas relataram cenas de tortura na prisão.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.