O co-fundador da We Help Ukraine, plataforma internacional de ajuda à Ucrânia e aos ucranianos, José Crespo de Carvalho, lançou a polémica com um texto onde realça que a chegada de milhares de refugiados deste país vai “mudar o perfil de trabalho em Portugal”, pois é uma “nova força de trabalho que trabalha mais e reclama menos”.
As palavras do também professor catedrático e presidente da Comissão Executiva do ISCTE [Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa de Lisboa] Executive Education surgem num artigo de opinião publicado no Observador.
José Crespo de Carvalho começa por notar que Portugal pode receber 30 mil ucranianos, uma estimativa considerando a quota parte que pode caber ao nosso país num total de entre 5 e 7 milhões de refugiados de guerra.
Se isso acontecer, acolheremos um número considerável de pessoas com “cabeças com boa base quantitativa, com bom raciocínio crítico, com habilidades ao nível da resolução de problemas, com boa formação, habituados a trabalhar duro, a aproveitarem oportunidades, a lutar contra corpos estranhos e climas inóspitos”, o que pode “mudar o perfil de trabalho em Portugal”, constata depois.
Estes refugiados ucranianos vão “fazer emergir um mindset diferente daquele a que estamos habituados”, aponta ainda. “Trarão “ódio” (que é um combustível, queira-se ou não) e recalcamento que não passará nas próximas gerações, estarão deslocados da sua terra natal, que legitimamente é sua, trarão trabalho porque são gente que se entrega e, peço desculpa, colocarão a faca nos dentes, isto é, ninguém espere que sejam trabalhadores das nove às cinco e que venham reclamar o que por cá reclamamos”, frisa o professor catedrático.
O co-fundador da We Help Ukraine, plataforma internacional de ajuda à Ucrânia que nasceu em Portugal, repara que “as empresas já perceberam, e bem, que poderá haver uma nova força de trabalho que trabalha mais e reclama menos“.
Por isso, nota que “os pedidos de trabalhadores ucranianos pelas empresas portuguesas dispararam”.
Mulheres com filhos serão “força tremenda”
Além disso, José Crespo de Carvalho evidencia que muitos destes refugiados ucranianos são mulheres que “terão que sustentar, muitas vezes sozinhas, os seus filhos da guerra“, o que será “uma força tremenda para o mercado de trabalho português”, pois “terão de trabalhar e poupar para os familiares que ficaram pela Ucrânia e que não terão oportunidades ou não quererão vir”.
O professor catedrático também salienta que os refugiados superam em muito o “número [anual] de saídas das universidades e politécnicos portugueses”, além de terem “experiência profissional” e “qualidades superiores”. E, por isso, haverá, certamente, um “impacto” no mercado de trabalho, conclui.
“Haverá portugueses preteridos por ucranianos”
Assim, José Crespo de Carvalho nota que este é um novo exemplo de que as crises “não são mais que oportunidades”.
“É certo que é uma desgraça o que está a acontecer”, assume, frisando também que, com estes refugiados, “haverá muitos portugueses que serão preteridos por ucranianos“, não apenas em áreas como “a construção, os cafés e bares, os restaurantes e outros”, mas também em sectores mais qualificados.
“Serão engenheiros, serão gestores, serão psicólogos, serão médicos, serão economistas, serão informáticos e serão de todas as profissões fortes e poderão ameaçar o status quo“, vinca.
“Não têm forma de exigir muito, mas trabalharão muito. Não têm forma de querer voltar costas ao trabalho, porque apenas lhes resta trabalhar. E virão para trabalhar”, sustenta também.
Deste modo, José Crespo de Carvalho aconselha os portugueses a pensarem “nisto a sério” e diz que é hora de “alterarem o seu mindset em relação ao trabalho”. “É trabalharem mais, é aprenderem mais, é estudarem mais, é darem-se mais, é integrarem-se melhor nos seus contextos de trabalho”, recomenda.
“Sempre reconheci a capacidade de investir, o desenrasca, o querer fazer bem, o querer fazer melhor por parte dos portugueses. Chegou a altura de mostrarem o que valem ou outros virão e ficarão com os vossos lugares. O problema é que não será apenas aqui. É aqui e no resto da Europa”, alerta.
Portanto, “se vos falta alguma peça de conhecimento na engrenagem, devem investir. Formem-se. E, depois, deem o litro e estejam comprometidos com quem vos dá trabalho. Vamos lá, os tempos serão duríssimos para todos. E, desenganem-se, vai ser também duro para nós, portugueses”, avisa ainda.
Apesar de tudo isto, José Crespo de Carvalho sublinha a importância de “acolher o melhor possível” os “nossos irmãos ucranianos”. Mas é preciso “trabalhar também o melhor possível”, volta a lembrar.
Após a polémica motivada por esta opinião, com pessoas a salientarem a “insensibilidade” do seu texto, o professor catedrático usou a rede social LinkedIn para reafirmar “tudo o que disse”. “Não retiro nada”, realça.
“Já cá ando há uns anos e para mim o mercado vai mexer“, diz ainda, apontando, contudo, que o seu artigo é “um simples wake-up call”.
“Não têm forma de exigir muito, mas trabalharão muito. Não têm forma de querer voltar costas ao trabalho, porque apenas lhes resta trabalhar. E virão para trabalhar.” também conhecido como: “podemos explorar que não têm outra hipótese”
Não conseguia dizer melhor! O que aí vem, é uma abertura para a exploração a baixo custo de pessoas que já se encontram por si só, fragilizadas! Na hora da desgraça, há sempre meia dúzia de sacanas que vêm o lucro à frente!
Explorar mulheres, crianças e velhos… homens abaixo dos 60 não vem ninguém. É essa gente que o Zé do Carvalho quer explorar?
Este cromo que devia ser banido imediatamente da universidade onde diz lecionar, vem aqui fazer a apologia da escravatura humana, do aproveitamento das fragilidades dos mais indefesos. Deve ser um saudosista da escravatura africana…
Só têm de trabalhar segundo a lei portuguesa e esperemos que não haja exploração por parte das entidades que lhes vão dar trabalho.
Somos um país de gente de bem e não de malfeitores… acho eu, como boa portuguesa. E não quero estar enganada.
Claro que vai haver exploração
Vão fazer os que os portugueses fazem quando vão para o estrangeiro, vão estar aqui para trabalhar , para ganhar a vida e juntar dinheiro para no futuro voltarem à sua terra ( a não ser que os russos fiquem com ele ) já muitos dos portugueses que aqui ficam, esses que o artigo falam que reclamam, são os sem ambição, querem que as coisas lhes sejam dadas com o minimo de trabalho possivel. A emigração, quando não em tempo de guerra tem destas coisas, acaba separando as pessoas com ambição das mais comodistas ( sem que isto seja uma apreciação negativa), haverá sempre quem se contente com menos e quem seja mais ambicioso e não se importe de arriscar.
Convordo na íntegra
Será que quando acabar a guerra, eles não vão querer voltar para o seu país? por isso esse senhor não pode ter certeza de nada.
Se se mantiver a nossa tolerância e capacidade para absorver gente de outras paragens, em breve esses 30 mil – e sobretudo os seus filhos – serão portugueses dedicados a melhorar o nível de vida de todos. Ao longo dos séculos absorvemos mouros, judeus, africanos e asiáticos, pelo que não será muito difícil absorver estes europeus do leste.
São todos muito trabalhadores, esses… Então os judeus nem se fala…
Vá a Israel, depois vá à Jordânia ou ao Iraque, e depois compare…
Aposto que NUNCA foste a nenhum desse países e, no entanto: “a Russia de Putin é que é”!…
Bom… estamos a falar trabalhar cá, ou estamos a falar de quê? bugalhos?
Pelos comentários, reclamam só de um artigo de opinião… Realmente o autor do artigo tem razão, por aqui se vê, há muitos portugueses “reclamadores” de profissão!
Já você não veio reclamar de nada! É preciso ter lata!
Mais um “português”!…
Vão trazer mais organização, capacidade de trabalho e rejuvenescimento a um país com uma população envelhecida, desmotivada e que prefere passar os dias nos cafés e esplanadas. É ver os Ucranianos logo a limpar e consertar o que foi destruído pelas bombas, quando o avião russo ainda paira no ar…
Rapidamente vão reconstruir o seu país, que vai ser próspero e moderno.
“…e que prefere passar os dias nos cafés e esplanadas.”
Sabes que Portugal não é só o teu bairro social ou subúrbio manhoso, não sabes?!
Pessoas como tu e como este “académico” do artigo, é que de certeza que produzem muito e ajudam os países a crescer…
Sabe que está autorizado a sair da Ucrânia? Mulheres, criancas, idosos e deficientes. São esses que vão rejuvenescer e dar lucro ao país? Os homens dos 18 aos 60 anos são obrigados a combater. Não comprendo o seu raciocínio mas enfim!
E não sei de onde vem a ideia de que os ucranianos irão cá ficar a ser explorado pelos portugueses. Obviamente que vão voltar para a sua querida pátria, de que se orgulham e glorificam.
E dentro de alguns anos vão-nos ultrapassar, como tem acontecido com todos os seus vizinhos de Leste. E depois serão os jovens portugueses a emigrar para lá, onde só o clima poderá contrariar isso.
Mas não há nada a esperar de um país onde o Primeiro Ministro só quer obter empréstimos da UE para depois “já poder ir ao banco”!! Tal como as pessoas pobres, que vivem do dinheiro emprestado e ficam cada vez mais pobres.
Temos aqui um concorrente de peso na área das previsões… a bruxa Maya que se cuide…
Convinha era saberes que, antes da guerra, já viviam mais de 40mil ucranianos…
Os vizinhos da Ucrânia ultrapassaram Portugal em quê??
Oposto que nunca lá estiveste… nem conheces nada da realidade desses países…
Para falar esses disparates decerto não sabe que a Ucrânia já recebeu mais dinheiro de ajuda que Portugal e Grécia juntos. Realmente a ignorância é atrevida.
“frisa o professor catedrático”
Ah, conheci muitos quando trabalhei numa das grandes universidades públicas nacionais. Gente que recebe um ordenado gigantesco a troco de dar uma ou duas aulas por dia, muitas vezes mal preparadas e apenas para encher currículo. Gente que chega a esse nível à boleia de cunhas e favores, e que na maior parte dos casos nunca trabalhou duro um dia na vida.
“Vamos lá, os tempos serão duríssimos para todos.”
Exceto para este senhor, que tem o poleiro garantido.
Grande verdade.
E ainda lhe dão megafone
Eu trabalho há cerca de 20 anos com ucranianos e estou de acordo que são umas “máquinas” de trabalhar não ligando sequer ás horas, mas atenção, devido á alta repressão que eles sempre sentiram via URSS ou federação Russa, normalmente querem mostrar que não aceitam ordens e sempre tentam tomar uma liderança que nem sequer está em causa, e se as ordens forem de uma mulher líder a coisa torna-se ainda mais difícil!!!
São super trabalhadores como já disse, mas precisam de muita sedução quando se lhes dá trabalho, pois a desconfiança dos tempos negros demora a passar.
Também não esquecer que já cá temos a máfia ucraniana.
Trabalhei durante 40 anos, 20 numa multinacional e 20 numa empresa portuguesa. Durante esses 40 anos dei assistência técnica em várias empresas. Infelizmente e salvo raras excepções os patrões ,sim os patrões só exploravam os trabalhadores. Espero que os ucranianos e já trabalhei com alguns ( são trabalhadores como os portugueses, nem melhores nem piores) não sejam mais explorados por não conhecerem as leis que os protegem.
Muito bem!…
Tenham vergonha de dar voz a pessoas como esta.
Mais uma vez já estão a contar com a eexploração de pessoas para trabalhar quase de borla como fazem com os Paquistaneses e Indianos.
A receberem o ordenado minimo e a trabalharem 12 horas por dia.
Não sei se este senhor já acordou mas o trabalho em Portugal já mudou com a grande exportação de pessoas qualificadas a trabalhar na europa.
Realmente se continuar assim vamos ter um pais com um grande futuro não existe dúvida nenhuma.
Se for como a grande mão de obra da Síria :), Assim que tiverem documentos na mão não fica cá ninguem.
Eu não diria melhor!
Isto só é prova de que os emigrantes e etc vêm para tirar trabalho aos portugueses e serem explorados por mão de obra barata como se tem digo mas somos chamados de fascistas pelas esquerdas. Ouviram da boca do lobo por isso já não podem dizer “fascismo nazis”.
Olhando para a tua cara, não me parece que te encaixes nesse perfil..
Pensei que ia ler algo construtivo e fundamentado, afinal é apenas um artigo com a opinião de um importador de mão de obra barata. Os refugiados, ucranianos ou não, precisam de tempo para curarem os traumas da guerra e saber qual o futuro do país deles. Depois, se pretenderem continuar por cá, precisam de aprender a língua, ambientar-se com a cultura e fazerem a sua integração gradual na sociedade portuguesa. Pessoas como o colega, não querem ajudar os ucranianos, mas sim lançá-los cegamente para um mercado de trabalho cheio de falhas, viciado e marcado pelo oportunismo.
Sigo a imprensa internacional / nacional e tenho lido sobre as medidas que os países que pretendem acolher e ajudar os refugiados querem implementar. Apenas em Portugal se fala incessantemente de os por a trabalhar, de lhes arranjar trabalho, de abrir vagas de emprego específicas para eles, de os integrar através do trabalho. Deixem lá estas mulheres, crianças e jovens descansarem…
“apenas ” em Portugal “ponto virgula”, que estes “académicos” não representam Portugal… de resto, completamente de acordo!…
O Sr. Catedrático José Crespo , está lixado !…..vem aí tempos onde vai ter de trabalhar mais e receber menos ,. Como no tempo da velha senhora , assim se dizia………”trabalhar muito e comer menos” !
Mulheres, crianças e velhos… o panorama vai mudar? Que grande cromo este que ainda não entendeu que os homens com menos de 60 não saem da Ucrânia. Que grande cromo este…