A Ucrânia acusou agentes de segurança russos de deter dezenas de tártaros no que classifica como repressão contínua contra indivíduos que se opõem à anexação da Crimeia por Moscovo.
Na semana passada, o Serviço de Segurança Federal (FSB) deteve cinco tártaros, incluindo um membro do órgão autónomo da minoria étnica, disse a comissária ucraniana para os Direitos Humanos, Lyudmila Denisova, citada pelo Moscow Times. Estes enfrentarão acusações de “sabotagem”, podendo ser condenados a 12 anos de prisão.
“Familiares e [outros] cidadãos deslocaram-se ao edifício do FSB para protestar contra as buscas e detenções ilegais”, escreveu no sábado, no Facebook. “Mais de 50 tártaros da Crimeia foram detidos como resultado”, indicou, acrescentando que estes foram detidos à força e “interrogados sem acesso de advogados”.
Os tártaros da Crimeia são uma minoria étnica maioritariamente muçulmana, que afirma enfrentar perseguição das autoridades russas por se oporem à anexação da península.
A Ucrânia acusa a Rússia repressão política contra os tártaros. Embora negue as acusações, a Rússia publica regularmente relatórios de detenções e sentenças criminais contra “terroristas” islâmicos ou pró-ucranianos na Crimeia.
A Associated Press informou que o Ministério das Relações Externas da Ucrânia acusou a Rússia de deter os tártaros da Crimeia como “retribuição pela participação” na cúpula internacional inaugural da “Plataforma da Crimeia”, na semana passada. O objetivo do evento é aumentar a pressão sobre Moscovo por causa da anexação.
No fim de semana, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy e o Departamento de Estado dos Estados Unidos exigiram a libertação dos tártaros da Crimeia.