Ucrânia tenta acabar com a guerra ainda em 2025. Conflito entrou em nova fase do lado russo

George Ivanchenko / EPA

Governo ucraniano quer “genuinamente” terminar com a guerra. Bombardeamentos a Kiev deixam sinal de maior produção de drones russos.

A Ucrânia continua a defender-se como pode dos ataques da Rússia, também ataca solo russo – agora com maior apoio do Ocidente – mas ao mesmo tempo quer acabar com a guerra o mais rapidamente possível.

Andriy Sybiha, ministro dos Negócios Estrangeiros, disse ao Libération que o Governo da Ucrânia quer “genuinamente” pôr um ponto final na guerra ainda em 2025.

“É por isso que é extremamente importante manter a pressão sobre a Rússia – quer dos parceiros europeus, quer dos EUA”, continuou.

O ministro alega que a Rússia continua a utilizar “pseudo-argumentos” nas negociações, em vez de apresentar propostas reais. Acusa o Kremlin de propaganda quando fala em ilegitimidade do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy: “É absurdo, sem sentido”.

Mesmo assim, garante, a Ucrânia está “aberta para qualquer discussão, em qualquer formato. Mas o Kremlin tem de parar de se esconder por detrás de informações manipuladas”.

Andriy Sybiha contou ao jornal francês que, no próximo encontro com representantes da Rússia, a Ucrânia vai apresentar a sua visão para um cessar-fogo e espera uma reacção à altura de Moscovo.

Novo patamar

A Rússia tem atacado Kiev de forma mais insistente nos últimos dias – e isso será um sinal de a guerra na Ucrânia entrou num novo patamar.

O portal ucraniano TSN sugere que a Rússia aumentou significativamente a sua produção de drones nos últimos tempos.

O especialista militar, Ivan Stupak, explicou: “Presume-se que o exército russo tenha conseguido aumentar a produção de drones. Se no ano passado a Rússia produziu 90 unidades por dia, em Fevereiro de 2025 surgiram informações que apontam para uma produção de 120 drones por dia“.

“Agora, a Rússia lançou mais de 500 drones em dois dias. Este é o número total de drones em todo o mês de Março do ano passado”, continuou Ivan Stupak.

O especialista chamou também a atenção para a capacidade da Rússia de “lançar tantos drones em simultâneo. Presumo que estejam a utilizar lançadores móveis para o lançamento. Veremos o que acontece a seguir, mas por enquanto ficamos em vigia. Talvez o exército russo tenha acumulado drones, mas penso que também pode indicar novos volumes de produção”, analisou.

Ivan Stupak prevê que a Rússia não faça disparos em massa de mísseis contra a Ucrânia, num futuro próximo; mas esta pausa tem um motivo: os aviões precisam de manutenção nesta fase.

ZAP //

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