Ucrânia? Isso não existe – a educação na Rússia está a mudar (ainda mais)

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(dr) Kremlin

O sistema educativo russo estará a tornar-se cada vez mais politizado, ideológico. O serviço militar ganha destaque nos livros.

A Rússia aposta na educação. Tal como muitos outros países. Mas aqui tem sido reforçado um programa de “educação patriótica” montado em várias frentes.

Alguns dos objectivos são fazer com que crianças e jovens olhem para a guerra na Ucrânia como uma continuação da II Guerra Mundial, que sintam uma ligação pessoal com os soldados russos e que sejam fiéis ao presidente Vladimir Putin.

A parte militar é um foco evidente para o Kremlin. Algumas escolas receberam ordem para comprar espingardas e granadas falsas para serem utilizadas nas aulas – como parte de um curso de treino militar básico da era soviética. É um “treino militar inicial”.

O tempo vai passando e o sistema educativo russo estará a tornar-se cada vez mais politizado, militarizado e ideológico, adianta agora o Ministério da Defesa do Reino Unido.

Os serviços de informação impõem uma quantidade cada vez maior de textos que apoiam a denominada “operação militar especial” – a guerra. Além disso, abundam nas escolas as obras anti-ocidentais, literatura soviética e textos militares patrióticos/pró-Rússia.

A ideia do Kremlin é ter uma sociedade mais militarizada e nacionalista. Sobretudo na parte de “aumentar o prestígio do serviço militar e prestar apoio aos jovens militares e às suas famílias”.

As autoridades querem jovens mais motivados para se juntarem às forças armadas (que teve milhares e milhares de perdas nos últimos anos) e querem que os mais novos apoiem a guerra na Ucrânia.

No entanto, e segundo a mesma fonte, a Ucrânia nem existe. A ordem das autoridades é tirar dos livros escolares todas as referências à palavra “Ucrânia”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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