Escolas russas compram armas e granadas falsas para “treino militar”

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Escolas em São Petersburgo, na Rússia, receberam ordem para comprar espingardas e granadas falsas para serem utilizadas nas aulas como parte de um curso de treino militar básico da era soviética que foi recuperado.

Um tribunal de São Petersburgo decidiu que as escolas locais devem ser equipadas com uma variedade de artigos para serem utilizados por professores e estudantes como parte de um programa designado por “treino militar inicial”.

O programa, que ensina as crianças a montar e desmontar armas de fogo, a prestar primeiros socorros e a responder a um ataque nuclear ou químico, foi abolido em 1993 e reinstituído pelo Ministro da Educação russo Sergey Kravtsov.

A decisão surgiu após o Ministério Público de São Petersburgo ter realizado inspeções nas escolas e ter descoberto que não tinham o arsenal necessário para equipar as salas de aula para o curso.

Segundo o Novaya Gazeta, citado pelo Newsweek, as escolas foram notificadas este mês para se certificarem de que têm os artigos, que incluem, entre outros, cofres de armas, analisadores de oxigénio e gases tóxicos, fatos de proteção, granadas F-1 e RGD-5, simuladores de tiro e espingardas Kalashnikov com cartuchos de treino.

“A lista de equipamento do Ministério da Educação é obrigatória”, disse a comissão municipal de educação ao jornal. “São também necessários modelos de granadas e metralhadoras, uma vez que num futuro próximo o “treino militar inicial” será introduzido no programa para os alunos do 10º e do 11º anos”.

Uma das escola argumentou que as granadas e simuladores de tiro não são necessários nas escolas, mas o tribunal discordou, informou o jornal Fotanka.

Kravtsov disse em novembro que os estudantes vão aprender sobre equipamento de proteção pessoal, primeiros socorros, armas, noções básicas de tiro e uso e produção de granadas. Aprenderão também a atuar em contexto de guerra.

O Fontanka citou residentes locais, que manifestaram-se contra o reintrodução da formação militar básica nas escolas.

“Acreditamos que se deve ensinar humanismo às crianças, e não militarismo. É preciso ser capaz de negociar com as pessoas e não mostrar a força física e o saber-fazer”, disseram os membros de um movimento social e político local. “A formação militar inicial afetará negativamente o desenvolvimento das nossas crianças – elas pensarão que a violência é boa e que esta é a única saída para várias situações”.

Entretanto, em janeiro, Viktor Sobolev, tenente-general reformado e atual membro do parlamento russo, apelou à introdução de seis meses de treino militar obrigatório para a juventude russa.

Crianças ucranianas em campos de “reeducação”

Um relatório de investigadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos (EUA), revelou que há pelo menos 43 campos e outras instalações onde crianças ucranianas têm sido colocadas pela Rússia para “reeducação”.

De acordo com o documento, cerca de 6.000 crianças foram enviadas para esses centros, que ficam na Rússia e na Crimeia, anexada por Moscovo. Os investigadores defenderam que trata-se de uma “rede sistemática de grande escala” em operação desde o início da guerra e que as crianças são consideradas órfãs apesar de terem pais ou tutores claramente definidos pela legislação.

Algumas das crianças foram adotadas por famílias russas ou transferidas para orfanatos ou centros de acolhimento. A criança mais nova  tinha quatro meses e alguns campos estarão a fornecer treino militar a crianças de 14 anos.

“Fazemos o nosso melhor para manter os menores nas famílias e, em caso de ausência ou morte de pais ou familiares, para transferir os órfãos sob tutela”, lê-se num comunicado divulgado pela embaixada russa em Washington, no Telegram.

“O que está documentado neste relatório é uma clara violação da Quarta Convenção de Genebra”, que protege os civis em tempo de guerra, disse aos jornalistas Nathaniel Raymond, um dos autores do relatório, citado pela CNN Portugal.

O investigador também disse que esta pode ser a prova de que a Rússia está a cometer genocídio durante a invasão da Ucrânia, ao transferir crianças com o propósito de lhes alterar ou eliminar a identidade nacional.

O sistema que promove a adoção de crianças ucranianas por famílias russas parece ter autorização e coordenação das mais altas esferas do governo russo, começando no presidente Vladimir Putin até à administração local, indica ainda o relatório.

ZAP //

1 Comment

  1. Bem ….. o Ti Adolfo também enviava adolescentes para as frentes de combate , portanto não é de admirar que de hoje para amanhã estes Jovens sirvam de carne para canhão ! … seria exemplar que o Nojento F. da Putin envia-se a filharada dele para a frente dos combates !

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