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Ucrânia insiste na entrega das caixas negras do avião abatido pelo Irão

Abedin Taherkenareh / EPA

Queda de um Boeing 737-800 no Irão

Kiev vai insistir para que Teerão lhe entregue as caixas negras do avião abatido pelo Irão em negociações, esta segunda-feira, com um ministro iraniano em visita à Ucrânia.

O ministro dos Transportes iraniano, Mohammad Eslami, chegou à Ucrânia para “apresentar desculpas oficiais” e Kiev espera poder “discutir problemas práticos, como a devolução das caixas negras“, indicou à imprensa o chefe da diplomacia ucraniana, Vadym Prystaiko.

“Exigimos que estas caixas nos sejam entregues, é deste modo que o Irão vai provar estar disposto a um diálogo aberto e a uma investigação imparcial“, adiantou o ministro.

Eslami é recebido, esta tarde, pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou à agência France-Presse a presidência ucraniana.

Na sexta-feira, Prystaiko tinha assegurado que Teerão estava pronto para entregar a Kiev as caixas negras do Boeing ucraniano, mas o Irão recuou.

“Vamos tentar decifrar as caixas negras no Irão e depois as nossas opções são Ucrânia e França. Mas no momento não planeamos enviá-las para outro país”, indicou o diretor do gabinete de investigação da organização iraniana da aviação civil, Hassan Rezayifar, segundo a agência iraniana IRNA.

Após três dias de desmentidos, as forças armadas iranianas reconheceram, a 11 de janeiro, ter abatido “por erro” o Boeing 737 da Ukraine International Airlines alguns minutos depois da sua descolagem em Teerão. Os 176 ocupantes do avião, incluindo 82 iranianos, 57 canadianos, 11 ucranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos, morreram.

No domingo, os corpos das 11 vítimas ucranianas do acidente, entre as quais os nove membros da tripulação, foram repatriados para Kiev.

O acidente ocorreu horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

ZAP // Lusa

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