A Uber criou um plano de incentivos personalizados para compensar os motoristas pela descida dos preços, mas, em alguns casos, exige 75 horas de trabalho semanais.
A Uber criou um programa de “incentivos personalizados”, em vigor até fevereiro, para compensar os motoristas pela descida dos preços que entrou em vigor este ano e que está a gerar desconforto entre os trabalhadores.
Segundo o ECO, este apoio assegura que os trabalhadores podem obter o mesmo rendimento dos últimos meses, mediante algumas condições que variam de motorista para motorista. O mesmo jornal apurou que, em alguns casos, os profissionais terão de trabalhar 75 horas semanais para receber este bónus.
Num dos emails enviados a um motorista, a que o ECO teve acesso, a plataforma exige “tempo online igual ou superior a 75 horas” numa semana, assim como um mínimo de 47 viagens ao serviço da aplicação. Para além destes requisitos, a Uber exige uma “taxa de aceitação e de cancelamento” em linha com o previsto na nova lei.
No entanto, destaca o jornal, nem todos os motoristas estão a ser “empurrados” para as 75 horas semanais. Noutros casos, por exemplo, a empresa exige 53 horas e um mínimo de 58 viagens para garantir um rendimento igual à média de 410,92 euros semanais ou 21 horas semanais e 24 viagens mínimas por 162,24 euros.
Em declarações ao jornal digital, fonte oficial da empresa lembrou que nenhum motorista é obrigado a aceder a este incentivo e que este é calculado com base no trabalho que cada motorista já fazia ao serviço da aplicação.
“A Uber não exige, nem nunca exigiu, nenhum valor mínimo de horas aos motoristas. Pelo contrário, os motoristas são livres para se ligarem à aplicação onde, quando e durante o tempo que quiserem. Podem escolher trabalhar as horas que entenderem, dentro dos limites previstos na lei, ou mesmo não trabalhar de todo”, acrescenta a mesma fonte.