A Turquia apresentou, esta quarta-feira, uma lista de exigências para que aceite a entrada da Suécia e Finlândia na NATO.
A Finlândia e a Suécia entregaram no dia 18 de maio, em Bruxelas, os documentos necessários para iniciar o processo de adesão à NATO. Até agora, a Turquia foi o único estado-membro da NATO que já se manifestou publicamente contra a adesão.
A Turquia acusa os dois estados nórdicos de albergarem e apoiarem o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, com quem Ancara trava há décadas um violento conflito armado.
O processo de adesão à NATO exige que todos os membros aprovem a entrada de um país, pelo que a posição turca pode pôr em causa todo o processo, apesar de Ancara ter sido sempre favorável à expansão da aliança atlântica desde 1952, ano em que aderiu. Já há muito que a Turquia se queixa da falta de apoio dos aliados ocidentais no conflito contra o PKK.
“Não fechamos a porta, mas estamos a levantar esta questão porque é um problema de segurança nacional para a Turquia“, disse o porta-voz de Erdogan, Ibrahim Kalin.
Negociações entre a Suécia, a Finlândia e a Turquia começaram esta quarta-feira em Ancara. Uma delegação escandinava chefiada por dois secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros — Oscar Stenstrom, da Suécia, e Jukka Salovaara, da Finlândia — foi recebida pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Sedat Önal, e por Ibrahim Kalin.
Face às acusações turcas, a primeira-ministra sueca disse esta quarta-feira, numa conferência de imprensa em Estocolmo, que “a Suécia nunca financiou ou armou as milícias curdas sírias”.
Segundo o Expresso, os negociadores turcos apresentaram à delegação escandinava um acordo escrito com várias exigências:
- Acabar com o apoio político ao terrorismo curdo;
- Eliminar as fontes de financiamento para os terroristas;
- Acabar com o apoio militar ao PKK e às milícias curdas sírias do YPG;
- O levantamento do embargo da venda de armas à Turquia, que os dois países tinham imposto em 2019;
- Mais cooperação na luta contra o terrorismo.
Fora de questão por parte dos países nórdicos estará a extradição das 33 pessoas que Ancara alega serem terroristas e que receberam asilo político na Suécia e na Finlândia.
O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlut Cavusoglu, insiste em compromissos escritos e sugeriu que as negociações vão continuar nos próximos dias.