Os turistas estão a voltar às cidades portugueses, nomeadamente a Lisboa, onde os hotéis se debatem agora com um novo problema, a falta de pessoal qualificado. Há responsáveis que já falam da necessidade de fazer “uma gestão de caos”.
Com a reabertura das rotas aéreas e o desconfinamento em vários países, numa altura de maior controle da pandemia de covid-19, os turistas estão de volta às cidades portuguesas.
Os hotéis começam, assim, a ver “a luz ao fundo do túnel”. Mas há um velho problema que a covid-19 veio agravar, a falta de pessoal qualificado.
“A pandemia atingiu de forma grave os negócios de hospitalidade em Lisboa” e “a dificuldade de contratação já se sentia anteriormente”, desabafa em declarações ao Expresso o CEO da Hoti, o grupo português que opera o hotel Moxy Lisboa Oriente que abriu no Parque das Nações.
Este hotel com 222 quartos já tem a ocupação esgotada para a Web Summit.
“Daqui para a frente, vai ser uma gestão de caos. De repente, há um evento e o hotel fica a 100%”, reconhece Miguel Proença no Expresso.
Mas a falta de pessoal na hotelaria é um pouco alargada e até se estende a outros serviços turísticos em Lisboa.
“A dificuldade em ter equipas treinadas é um problema que iremos enfrentar nos próximos anos, e é de momento o mais complicado ao abrir um hotel em Lisboa”, constata também ao Expresso o director do Moxy Lisboa Orient, Fernando Rios.
“A hotelaria não era vista como uma actividade de risco até à pandemia, e muitas pessoas acharam preferível trabalhar noutras áreas, como um supermercado, com níveis de vencimento equiparado”, salienta ainda Fernando Rios.
Apesar de tudo, as perspectivas são “optimistas na hotelaria” e começa-se “a ver luz ao fundo do túnel, mas não se sabe bem como irá correr”, nota Miguel Proença no Expresso.
“Esta retoma no último trimestre tem muito a ver com o facto de a aviação estar a funcionar, e é um momento em que se percebe que o turismo de cidade (city-break) tem de ser bem alimentado com voos low cost“, sublinha ainda o CEO da Hoti.
Como é que alguém pode ter vontade de, actualmente ir trabalhar para a hotelaria quando um recepcionista bacharel fazaendo turnos e 40 horas por semana, trabaçhando sábados, domingos e feriados, leva para casa €800 – € 900 ???? Então aqueles que não têm essas habilitações literárias, obviamente que menos levam. Imagene-se a quantidade de pessoas – pais/mães em número cada vez maior que recebem a miséria do salário mínimo. É que antes havia contratos colectivos negociados- assinados todos os anos com aumentos de salários,mas, houve alguém que em tempos governou (?) o nosso país e tudo fez para acabar com isso. Portanto, paguem melhores salários, actualizem-nos conforme fazem com o preço dos quartos nos hotéis onde, nos últimos 10 anos os preços duplicaram.