A crise pandémica fez tremer o mercado de trabalho. No turismo, foram mais de 101 mil os empregos destruídos. Ainda assim, e num momento em que já se adivinha alguma retoma, os empregadores confessam estar a ter dificuldades em recrutar pessoal.
Em abril de 2020, a Organização Internacional do Trabalho já reconhecia que a pandemia estava a ter um “efeito devastador” no mundo laboral. No turismo, o impacto foi “imediato e expressivo“, sublinhava a OIT.
Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, por força da crise sanitária e das restrições impostas em reação, foram destruídos mais de 101 mil empregos.
Em causa está um recuo homólogo de 31,4% do emprego nas atividades ligadas ao alojamento, restauração e similares, que confirmam que o turismo tem estado entre os mais castigados pelo novo coronavírus.
No entanto, atualmente, os empregadores do setor turístico garantem que estão a ter dificuldade em recrutar pessoal, num momento em que se espera alguma recuperação.
“As empresas que estão a conseguir alguma retoma da sua atividade já iniciaram processos de recrutamento mas, estranhamente, têm-se deparado com muitas dificuldades em encontrar pessoas que estejam disponíveis para trabalhar nestes setores”, refere a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) ao ECO.
Por sua vez, também a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) alerta para o problema. “Não há pessoal para contratar“, realça.
Já a Turismo de Portugal frisa que, já antes da pandemia, as empresas tinham “inúmeras dificuldades em encontrar pessoas para trabalhar“, problema que “seguramente irá regressar com a retoma”.
Em junho, quase 19% das ofertas captadas pelos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional estavam ligadas ao alojamento, restauração e similares.