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Mesmo longe da Casa Branca, Trump foi o político republicano que mais arrecadou dinheiro em 2021

gageskidmore / Flickr

Donald Trump, ex-Presidente dos Estados Unidos

O ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump é o político do Partido Republicano que mais arrecadou dinheiro este ano, apesar de ter deixado o cargo a 20 de janeiro, segundo a imprensa local.

Os comités políticos ligados ao ex-Presidente, que governou entre 2017 e 2021, arrecadaram no primeiro semestre 82 milhões de dólares, o que eleva o total de seus recursos disponíveis para 102 milhões.

São valores considerados inéditos para um ex-Presidente, já que tradicionalmente as doações – muito comuns nas campanhas – param de chegar depois de o candidato perder e, para fins práticos, sair do olhar do público.

Trump, que não enfrentaria outra eleição até 2024, obteve mais recursos do que as campanhas do Partido Republicano pelo Senado e pela Câmara dos Deputados, por uma eleição que ocorrerá no próximo ano.

O ex-Presidente continua a ter uma forte atração pessoal, ainda maior do que a do partido, e que grande parte de seus seguidores lhe continuam fiéis, apesar de ter perdido o poder e ter sido banido das principais redes sociais como Twitter, Facebook e YouTube.

Desde que perdeu as eleições, em novembro passado para o democrata Joe Biden, Trump sempre manteve, sem fornecer evidências, a ideia de que houve fraude nessas eleições e alimentou essa teoria entre os seus seguidores.

Justiça ordena entrega de declarações de impostos

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA) ordenou ao Tesouro a entrega ao Congresso das declarações de impostos de Donald Trump, para encerrar uma longa batalha jurídica sobre os registos financeiros do ex-Presidente.

Num memorando divulgado na sexta-feira, o Gabinete de Conselheiros Jurídicos de Justiça adiantou que o presidente do comité da Câmara dos Representantes “invocou razões suficientes para solicitar as declarações de impostos do ex-Presidente” e que, segundo a lei federal, “o Tesouro deve fornecer os documentos ao Comité”.

A missiva de 39 páginas é assinada por Dawn Johnsen, empossada pela Administração Biden como procuradora-geral adjunta interina.

Durante a governação de Donald Trump, o então secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, disse que não entregava as declarações de impostos, pois considerava que estavam a ser exigidas por motivos políticos, por democratas que controlam a Câmara dos Representantes.

O comité processou os registos através de uma lei federal que diz que a Receita Federal norte-americana “fornecerá” as declarações a uma “mão cheia” de congressistas de topo, ressalvando que são necessários todos os impostos de Trump para investigar se estava a cumprir a lei tributária.

Após a rejeição de Mnuchin, o próprio Donald Trump interveio para tentar impedir que as declarações fossem entregues ao Congresso.

De acordo com uma ordem judicial em janeiro, Trump teria 72 horas para contestar.

O procurador do distrito de Manhattan, Cyrus R. Vance, Jr. já obteve cópias das declarações pessoais e empresariais de Donald Trump, como parte de uma investigação criminal ainda em andamento.

Donaldo Trump tentou impedir que os seus contabilistas entregassem os documentos, levando a questão ao Supremo Tribunal Federal, tendo os juízes rejeitado o argumento do republicano de que tinha imunidade como Presidente.

A presidente da Câmara dos Representantes, a Nacy Pelosi, explicou que as declarações de impostos continuam a ser do interesse dos congressistas.

“O acesso às declarações de impostos do ex-Presidente Trump é uma questão de segurança nacional. O povo americano merece saber os fatos dos seus preocupantes conflitos de interesse e do enfraquecimento da nossa segurança e democracia como Presidente “, escreveu Pelosi num comunicado.

O problema tem as suas origens na campanha presidencial de 2016, quando Donald Trump alegou que não podia revelar as suas declarações de impostos devido a uma auditoria da autoridade tributária norte-americana.

ZAP // Lusa

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