A oferta pública de aquisição (OPA) da EDP lançada pela China Three Gorges está em banho-maria desde Maio de 2018, altura em que foi lançada. E o processo pode estagnar de vez na secretária de Donald Trump que poderá vir a ser chamado a analisar o caso.
A EDP apresenta na próxima semana os resultados financeiros do ano transacto, bem como a estratégia para os próximos anos, numa altura em que o futuro da eléctrica nacional continua em suspenso, depois do lançamento da OPA da China Three Gorges (CTG).
O processo está em stand-by há cerca de 10 meses, pendente da aprovação de vários países e entidades, fruto das operações da EDP em diversas geografias.
A CTG, que já detém 21,35% da EDP e que oferece 11,9 mil milhões na OPA, refere ao Jornal Económico que continua “a progredir com todos os requisitos regulatórios” e “em discussões com reguladores em várias jurisdições”.
Além da Comissão Europeia, onde a Direcção Geral da Concorrência tem que se pronunciar sobre o caso, a OPA tem também que passar pelo crivo das autoridades norte-americanas.
A EDP Renováveis é o quarto maior produtor eólico nos EUA, onde se encontra também o seu principal mercado. Deste modo, a Comissão de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos (CFIUS na sigla em inglês) tem que avaliar a OPA dos chineses.
Presidida pelo secretário do Tesouro Steven Munchin, a CFIUS é constituída por diversos elementos da administração de Donald Trump e a sua intervenção, nos últimos tempos, passou pelo chumbo a investimentos com proveniência na China. Uma postura que se justifica pela guerra comercial encetada por Trump contra a China.
Este pode, assim, ser um grande entrave às pretensões da CTG que tem ainda que obter a aprovação da Comissão Federal Reguladora de Energia dos EUA.
Em última instância, e se se vier a considerar que a OPA da empresa chinesa acarreta implicações para a segurança nacional, o dossier poderá acabar em cima da secretária do próprio Trump. Ficará, então, nas mãos dele o futuro da EDP. E a meio de uma guerra com a China, o veto será bem provável.
O secretário do Tesouro dos EUA chama-se Steven MNUCHIN e não «Munchin».