O ainda Presidente dos Estados Unidos admitiu, esta sexta-feira, pela primeira vez, que poderá não ter vencido as eleições Presidenciais.
Donald Trump fez uma declaração, a partir da Casa Branca, sobre a propagação da pandemia de covid-19 nos Estados Unidos e os avanços no desenvolvimento de vacinas e terapêuticas para combater o novo coronavírus, em que nem por uma vez referiu o nome do Presidente eleito, Joe Biden.
“Idealmente, não iremos para um confinamento, eu não irei para um confinamento, esta administração não irá para um confinamento. Esperançosamente, o que quer que aconteça no futuro, quem sabe que administração será… Acho que o tempo o dirá”, disse o chefe de Estado.
Nos primeiros comentários à declaração, a imprensa norte-americana destacou que esta foi a primeira vez que o republicano não denunciou ilegalidades (não comprovadas) no processo eleitoral e admitiu, até, que pode não ser o vencedor das Presidenciais.
Esta foi a primeira conferência de imprensa de Trump desde que foi anunciada a vitória do candidato democrata, de acordo com as previsões feitas por vários órgãos de comunicação como, por exemplo, a CNN, o New York Times, o Washington Post, entre outros. Esta sexta-feira, os principais órgãos de comunicação social projetaram a vitória de Biden com 306 delegados no Colégio Eleitoral, contra 232 de Trump.
O ainda Presidente aproveitou a declaração para falar sobre o anúncio de uma vacina contra a covid-19, desenvolvida pela farmacêutica multinacional Pfizer e pela BioNTech, cuja eficácia anunciada de 90% “excedeu largamente as expectativas”.
Donald Trump falou também do investimento que a sua administração fez na Operação Warp Speed e deixou um aviso à Pfizer, que admitiu não pertencer a esta parceria público-privada, iniciada pela sua Administração, para facilitar e acelerar o desenvolvimento, fabricação e distribuição de vacinas, terapêuticas e diagnósticos contra a covid-19.
“A Pfizer disse que não pertencia à Warp Speed, mas isso foi uma representação infeliz. Eles fazem parte [da parceria], foi por isso que lhes demos os 1,95 mil milhões de dólares e foi um erro infeliz quando o disseram”, considerou.
O Presidente dos Estados, que sempre foi cético em relação ao distanciamento físico e à utilização de máscaras como formas de combater a disseminação do novo coronavírus, mudou o discurso e pediu à população para estar “vigilante, principalmente, à medida que o tempo fica mais frio”.
Trump finalizou a declaração e afastou-se do púlpito, não permitindo quaisquer questões dos jornalistas.
Trump ainda acredita que pode dar a volta
Esta sexta-feira, numa entrevista ao jornal The Washington Examiner, o Presidente cessante disse que é capaz de dar a volta aos resultados das eleições e apresentou os seus argumentos sobre os estados norte-americanos que considera “chaves”.
“Vamos ganhar o Wisconsin. O Arizona ficará reduzido a oito mil votos [de diferença] e, sim, podemos fazer uma recontagem aos milhões de votos e encontraremos aí oito mil votos facilmente. Se houver uma recontagem, estaremos lá em boa forma.”
Trump, que disse ainda “nunca apostem contra mim”, vaticinou que também iria vencer na Geórgia. “Estamos agora com menos 10 mil, 11 mil votos. Mas teremos agora uma contagem manual”, defendeu. Afirmação que foi desmentida, entretanto, pelas últimas projeções, que dão a vitória a Biden neste estado.
Em relação ao Michigan e à Pensilvânia, onde a imprensa dá a vitória ao democrata, o Presidente cessante destacou tratarem-se de “grandes estados” e fez finca-pé na sua estratégia de protestar pelo facto de os observadores republicanos não terem seguido de perto a contagem dos votos nalguns momentos do escrutínio.
“Não permitiram aos nossos observadores eleitorais vigiar e observar. Isso é importante. Deveriam ter deitado fora aqueles votos contados nos momentos em que (os observadores de Trump) não estavam lá. Fomos ao tribunal e o juiz ordenou que eles voltassem, mas isso foi depois de dois dias e milhões de votos poderiam ter passado, milhões, e estamos a 50 mil votos” de Biden, argumentou.
Questionado sobre quando pensa que será capaz de dar a volta à situação, Trump respondeu que tal poderá acontecer nas próximas duas a três semanas.
ZAP // Lusa
Já perdeu desde a madrugada de 3 de novembro, mas vai assimilando a realidade aos poucos.
Ou seja, neste momento ele está no modo ” vou pôr a vaselina”.