Se trocarmos o açúcar por micróbios, bebemos o chá perfeito

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Gostava que os seus chás fossem mais saborosos e saudáveis? Então temos um “segredo” para si: menos açúcar e mais micróbios.

Um grupo de investigadores da Universidade da Califórnia, Riverside, nos EUA, descobriu que a manipulação de micróbios nas raízes das plantas melhora não só o sabor como o valor nutricional do chá.

Os cientistas descobriram que certos micróbios presentes no solo estão ligados ao aumento da absorção de nitrogénio nas plantas de chá, particularmente na espécie Camellia sinensis, que frequentemente, cultivada na província de Fujian, na China.

Esse aumento na absorção de nitrogénio potencia a produção de teanina.

A teanina é um composto químico no chá que influencia positivamente o seu sabor, a qualidade e, mais importante de tudo, traz benefícios para a saúde, uma vez que contém propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

Como detalha a New Scientist, o estudo, publicado, na última terça-feira, na Current Biology, incidiu numa variedade de chá conhecida como Rougui, reconhecida pelos altos níveis de teanina.

Ao extrair e analisar 21 micróbios benéficos associados à produção de teanina, a equipa criou uma “comunidade microbiana personalizada”, cuja composição era extremamente semelhante à encontrada à volta do Rougui.

Quando a mistura foi aplicada nas raízes de outras variedades de planta de chá os níveis de teanina melhoraram – mesmo naquelas cultivadas em solos pobres em nitrogénio.

Mas mais do que o chá perfeito…

A equipa prevê que tais “comunidades microbianas personalizadas” possam ser aplicadas noutras culturas, como, por exemplo, na do arroz, podendo melhorar o seu valor nutricional.

Além disso, esta abordagem poderá vir, num futuro próximo, a anunciar benefícios significativos – tanto para as pessoas como para o ambiente -, reduzindo a dependência de fertilizantes sintéticos, no setor agrícola, e oferecendo um caminho sustentável para as práticas de cultivo.

“Aumentar a eficiência da absorção de nitrogénio também pode reduzir a nossa dependência de fertilizantes, o que poderia ter implicações enormes para o futuro da agricultura também”, explicou o líder da investigação Zhenbiao Yang Yang, citado pela New Scientist.

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