Metro: o Porto vai ter um “problema grande” na noite de passagem de ano

1

José Coelho / Lusa

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira

Afinal há metro, mas não em toda a rede, só até às 20h e com muito menos viagens. Rui Moreira deixa aviso, STCP reforça diversas linhas.

A greve convocada pelo Sindicato dos Maquinistas para hoje e amanhã, respetivamente véspera e dia de Ano Novo, obrigou a Metro do Porto a cancelar a operação programada para a noite da passagem de ano, na qual são esperadas mais de 100 mil pessoas nos Aliados.

Em comunicado, a transportadora referiu esta segunda-feira que a greve convocada pelo Sindicato dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) vai afetar o serviço, em especial a oferta “programada para a noite da passagem de ano”, que “fica cancelada”.

A Metro do Porto garante, no entanto, a realização de algumas viagens nestes dias nos trajetos que, tradicionalmente, contam com maior afluência de utilizadores.

“Assim, amanhã [hoje, terça-feira], a circulação do Metro regista-se somente até às 20:00, no tronco comum (entre as estações Senhora da Hora e Estádio do Dragão) e na Linha Amarela (apenas no troço Hospital São João-Santo Ovídio), com uma frequência média de passagem de 15 minutos. Nas restantes linhas e percursos, não haverá viagens durante todo o dia”, acrescentou a empresa.

Esta paralisação “terá igualmente impacto ao longo do primeiro dia de 2025, com uma oferta em tudo idêntica à praticada a 31 de dezembro. Neste caso, porém, a operação inicia-se às 06:00 e termina à 01:00, estando também circunscrita ao tronco comum e à Linha Amarela (Hospital São João-Santo Ovídio)”.

Mais autocarros

Já o serviço de autocarros será reforçado entre as 21:00 e as 05:50 na noite da passagem de ano, “para garantir um transporte eficiente e cómodo para os milhares de visitantes esperados” na baixa do Porto, adiantou hoje a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).

Entre as 21:00 de terça-feira e as 00:30 de quarta-feira, 12 das 37 linhas de serviço noturno terão um reforço com uma média de viagens a cada 20 minutos e a alocação de veículos de maior capacidade, refere a STCP, especificando que em causa estão as linhas 200, 201, 501, 600, 602, 700, 701, 702, 800, 903, 904 e 905.

Já entre as 00:30 e as 02:30 de quarta-feira, “prevendo um maior fluxo de passageiros a regressar das festividades”, estas 12 linhas terão ainda o serviço prolongado, a par com a entrada em circulação das 12 linhas da Rede da Madrugada, com nove delas também reforçadas com turnos adicionais.

A partir das 02:30, os passageiros terão a Rede da Madrugada, “que mantém o reforço das nove linhas até às 05:30”.

A STCP adiantou ainda que, a partir das 20:30 de terça-feira e até às 07:00 do primeiro dia do Ano Novo, as linhas estarão concentradas em términos especiais na baixa da cidade, nomeadamente nas zonas da Cordoaria, Trindade, Bolhão, São Bento e Batalha.

100 mil pessoas

Na semana passada, a Câmara do Porto disse esperar que mais de 100 mil pessoas compareçam no regresso da Avenida dos Aliados como ‘epicentro’ da festa de passagem de ano, pedindo que se desloquem aos locais de festa de transporte público.

No Porto, a festa da passagem de ano conta com concertos de Nuno Ribeiro e Rui Veloso, a dar as boas vindas a 2025 nos Aliados, e com o tradicional fogo-de-artifício lançado a partir do edifício da câmara, havendo também festa no Palácio de Cristal, com as participações de Julinho KSD e Branko.

Revelando que o custo das festividades deste ano rondará os 450 mil euros, “um pouco mais que no ano passado”, o autarca Rui Moreira saudou que desta vez a autarquia tenha ao seu dispor a Avenida dos Aliados, “um espaço muito grande que implica um investimento maior”.

O autarca apelou ainda ao uso do transporte público, que deverá funcionar “com grande eficiência”: “Se as pessoas puderem evitar utilizar o veículo individual, devem-no fazer, por razões de conforto e comodidade e também de segurança”.

“Problema grande”

Mas o presidente da Câmara do Porto assumiu esta segunda-feira que a cidade vai ter “um problema grande” na noite da passagem de ano devido à greve na Metro do Porto e apelou ao Sindicato dos Maquinistas para escolher outra data.

Vamos ter um problema grande. Há pessoas que vão deixar de vir às festividades na cidade e temos pena que assim seja porque preparámos isto tudo e fizemos um grande investimento, mas estou muito preocupado é com as pessoas que vão trabalhar nessa noite e que, depois, não vão ter como regressar a casa”, disse Rui Moreira em declarações à Lusa.

Se os sindicatos pudessem fazer greve noutro dia qualquer seria um presente de fim de ano para a população”, atirou.

E acrescentou: “Enquanto há vida há esperança, portanto, até amanhã [terça-feira] pode ser que alguma coisa aconteça que nos venha a surpreender positivamente“.

ZAP // Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

1 Comment

  1. Não há dúvida que estes grevistas estão ao lado do povo.
    O povo passa o fim de ano em hotéis de luxo!!!
    Para os Aliados vão os ricos portanto que sofram os problemas da greve, que lhes faz bem!!!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.