Tinham grupos em aplicações encriptadas com mil seguidores. Despachavam encomendas por correio CTT para todo o país e até faziam “geocaching” para promover os produtos.
Os clientes pagavam os produtos por MBWay, e recebiam-nos em casa, através de encomendas enviadas pelos correios CTT. As encomendas de haxixe, canábis, drogas sintéticas ou “cogumelos mágicos” eram feitas através do Instagram, Telegram ou Wickr Me, conta o JN.
O grupo de tráfico consistia em sete pessoas, naturais de Gaia, Porto, Gondomar e Braga, mas só uma era líder da equipa de marketing digital: um aplicador de pladur de Ermesinde, em Valongo, que apostou em campanhas de marketing inovadoras.
Para além da forte presença nas redes sociais, onde somavam, em alguns grupos, cerca de mil seguidores, a equipa focou-se na promoção do produto através de “geocaching“, uma espécie de orientação que consiste numa “caça ao tesouro” ao ar livre. Quem chegasse primeiro ao “tesouro”, tinha uma dose grátis.
Existiam até promoções: havia um mínimo de encomendas no valor de 35 à 50 euros, mas os cliente fiéis tinham descontos.
Nos grupos de Instagram, o responsável pelo marketing digital utilizava esse meio para “para prosseguir a atividade de compra e venda de produtos estupefacientes de âmbito global, chegando assim a milhares de utilizadores, compradores, consumidores e seguidores”, explica o Ministério Público, citado pelo JN.
No Instagram, o nome do grupo era “GR33NL4ND” ou “KBCA420”,e noTelegram “Douro Verde” e ainda no Wickr Me chama-se “VerOuroVerde”, “Caminhada 1”, “OuroVerde”, “noir321”. Estes grupos serviam como catálogo dos produtos disponíveis para venda.
A rede, agora desmantelada, quando era abordada pela polícia nas redes sociais desaparecia e era impossível ser rastreadas, gravada ou apreendida.
Agora, o Ministério Público vai ordenar a liquidação do património incongruente dos arguidos, que se estiva que tenham lucrado cerca de 61 mil euros com a rede de tráfico.