O traficante Christopher Kinahan esteve no Corner Irish Bar, no Bairro Alto, em Lisboa. O criminoso já terá estado envolvido em pelo menos 20 assassinatos.
Christopher Vincent Kinahan, líder de um cartel irlandês de drogas e um dos criminosos mais procurados globalmente, foi localizado em Lisboa, deixando um rasto digital inesperado.
Kinahan, conhecido pela sua habilidade de se manter nas sombras, revelou inadvertidamente as suas localizações através de comentários no Google sobre estabelecimentos que visitou nos últimos cinco anos.
O líder do cartel, que tem o costume de avaliar locais públicos na internet, fez um comentário sobre o Corner Irish Bar, um conhecido ponto de encontro no Bairro Alto, em Lisboa. Esta pista digital faz parte de um padrão mais amplo, com Kinahan a deixar comentários sobre locais no Dubai, Espanha, Zimbabué, África do Sul, Turquia, Países Baixos, Hong Kong, Hungria, Bélgica, Egito, e agora Portugal.
Para evitar a deteção online, Kinahan adotou o uso de apenas os dois primeiros nomes, estratégia que se mostrou eficaz até 2022. A descoberta foi feita quando o jornal irlandês ‘Sunday World’ notou que Kinahan possuía uma conta no LinkedIn sob o nome de Christopher Vincent.
Investigações subsequentes realizadas pelo site ‘Bellingcat’ e pelo ‘The Sunday Times’ revelaram que o mesmo nome tem sido utilizado desde 2019 para publicar avaliações em cafés, bares e restaurantes no Google Reviews. Através de análise de reflexos em fotografias e geolocalização, os meios de comunicação confirmaram que o perfil pertencia de facto ao notório líder mafioso.
Christopher Vincent Kinahan tem um histórico criminal longo e notório, incluindo detenções em 1986 e 1992, condenações por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, aponta o Correio da Manhã.
A Europol destaca que o cartel Kinahan esteve envolvido em pelo menos 20 assassinatos, com a polícia irlandesa a estimar que o grupo criminoso lucrou mais de 900 milhões de euros com atividades ilegais, incluindo tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro
Atualmente, acredita-se que os principais membros do cartel residam no Dubai, local que até o momento tem recusado os pedidos de extradição.