O criminoso de 48 anos foi detido pela PJ em Lisboa e era procurado pela polícia neerlandesa há mais de 10 anos.
Na última terça-feira, as autoridades portuguesas detiveram em Lisboa um criminoso com ligações à Mocro Maffia, procurado há mais de uma década pelos Países Baixos. Este indivíduo, filho de pais portugueses e com dupla nacionalidade brasileira e neerlandesa, utilizava Portugal como refúgio e mantinha uma vida de luxo com uma identidade falsa, gastando mais de cinco mil euros por dia.
O detido, de 48 anos, era um dos principais alvos da polícia neerlandesa, acusado de co-liderar uma organização criminosa envolvida em tráfico de droga, roubos, sequestros e tomada de reféns. A investigação da Polícia Judiciária (PJ) revelou que, em Lisboa, contava com o apoio de um albanês procurado por homicídio, ligado à Máfia do Leste, que também foi detido.
Este criminoso, considerado próximo de um líder marroquino de uma célula da Mocro Maffia, usava Portugal como esconderijo para escapar às autoridades, apesar de possuir um mandado de detenção internacional. A PJ, que já tinha registos deste indivíduo desde 2010, intensificou a investigação nos últimos meses após um pedido de colaboração da polícia neerlandesa, explica o JN.
As investigações revelaram que o suspeito realizava viagens regulares entre os Países Baixos e Portugal, utilizando Lisboa como base. Para evitar a deteção, utilizava um passaporte italiano falso para arrendar um apartamento de luxo no Parque das Nações, onde passava longas temporadas. Embora vivesse sozinho, recebia frequentemente visitas de familiares, com quem partilhava o estilo de vida luxuoso.
Informações obtidas pelo Jornal de Notícias indicam que o fugitivo frequentava os melhores restaurantes de Lisboa, deslocava-se em carros de alta gama e fazia compras nas lojas mais exclusivas, com um gasto médio diário de cinco mil euros. Durante este tempo, continuava a co-liderar a célula da Mocro Maffia, envolvida em crimes violentos para controlar o tráfico de cocaína, incluindo o roubo de droga a outros cartéis e sequestros.
As autoridades suspeitam que parte da cocaína traficada pela Mocro Maffia seja comercializada por organizações dos Balcãs, dada a ligação do albanês à Máfia do Leste. O Correio da Manhã avança ainda que o traficante abriu um salão de cabeleireiro em Lisboa para lavar o dinheiro oriundo das atividades criminosas.
