Os trabalhadores administrativos do Serviço Nacional de Saúde vão fazer greve na sexta-feira, em protesto contra a “crescente degradação” das condições de trabalho, anunciou a Associação Sindical do Pessoal Administrativo da Saúde.
No pré-aviso de greve, a ASPAS convoca a paralisação para “todos os trabalhadores que exercem funções administrativas em todos os estabelecimentos e organizações que prestam cuidados de saúde, e demais serviços na dependência ou na tutela do Ministério da Saúde, independentemente da natureza do vínculo, cargo ou função” no período compreendido entre as 00h00 de sexta-feira e as 24 horas do dia 31 de janeiro.
Esta paralisação decorre no mesmo dia para o qual foi convocada uma greve nacional da função pública.
Os trabalhadores exigem do Governo o cumprimento integral do Acordo Coletivo de Trabalho nos trabalhadores com contrato individual de trabalho, conferindo-lhes “um regime de carreira, em condições de igualdade com os demais colegas”.
Pretendem também a integração no Subsistema de Proteção ADSE – Instituto de Proteção e Assistência, para todos os trabalhadores, a valorização remuneratória que traduza o aumento real do poder de compra e “o pagamento do abono para falhas a todos os trabalhadores que manuseiem e cobrem quantias pecuniárias”.
Os trabalhadores assegurarão a prestação dos serviços mínimos, nomeadamente nos serviços que funcionam ininterruptamente, propondo-se “um número igual àquele que garante o funcionamento aos domingos, no turno da noite, durante a época normal de férias”.
Estes serviços serão fundamentalmente assegurados pelos trabalhadores que não pretendam exercer o direito à greve, refere a associação, adiantando que serão ainda assegurados os tratamentos de quimioterapia e hemodiálise iniciados.
A ASPAS afirma que os trabalhadores estão “indignados pela crescente degradação das suas condições de trabalho, pelo desrespeito com que são tratados não só pela tutela, mas também pela indiferença dos dirigentes máximos dos serviços onde laboram vendo-os apenas como números em vez de profissionais indispensáveis ao funcionamento dos serviços onde executam as suas tarefas” e pelo “vencimento de miséria” que recebem.
A Frente Sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), da UGT, e pela frente Comum, da CGTP, convocou uma greve nacional da função pública para dia 31, convergindo com outras organizações sindicais contra a proposta de aumentos salariais de 0,3%.
As outras organizações que aderiram à greve são a Federação dos Sindicatos da Administração Público (Fesap), a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE), a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica.
// Lusa