Comissão de trabalhadores quer lançar abaixo-assinado em defesa de uma “TAP pública”

A Comissão de Trabalhadores da TAP considera que só a manutenção da companhia na esfera do Estado impedirá que se transforme numa subsidiária, tendo lançado na quinta-feira um manifesto em defesa da empresa, que pretende agora transformar num abaixo-assinado.

Em declarações aos jornalistas no momento que assinalou o lançamento do manifesto “Por uma TAP pública ao serviço do país”, Rui Nunes, da Comissão de Trabalhadores (CT), referiu que o objetivo desta ação é sensibilizar o Governo para que tome medidas para que a TAP se mantenha na esfera do Estado, noticiou esta sexta-feira a agência Lusa.

“Não queremos ser uma empresa subsidiária, nem ser transformados numa ‘low-cost'”, afirmou Rui Nunes, cenários que, referiu, se colocarão caso se verifique a entrada de um investidor privado na transportadora.

Esta posição foi igualmente sublinhada por Atílio Noronha, reformado da TAP e que durante 35 anos foi supervisor de cabine, que acentuou que qualquer outra solução para a empresa que não passe por mantê-la na esfera pública, ou seja, vendê-la ou torná-la “subsidiária de uma outra companhia europeia”, vai fazer com que a “TAP não possa ser aquilo que se espera e ser importante para o país”.

O manifesto, que conta com a assinatura de funcionários e de reformados da TAP, de empresas do setor, membros de organizações representativas de trabalhadores e personalidades do mundo académico e cultural, como o músico Jorge Palma, vai ser transformado num abaixo-assinado dirigido aos trabalhadores da empresa e cidadãos.

No texto do manifesto pode ler-se que “é preciso que o poder político não ceda perante os grandes interesses e que assuma o desenvolvimento da empresa” e que “sem a intervenção do Estado a companhia não teria resistido aos impactos da pandemia”.

Rui Nunes manifestou ainda preocupação com o plano de reestruturação que está a ser delineado – e que o Governo terá de apresentar em Bruxelas, na sequência da ajuda financeira à companhia -, assumindo, porém, que nos vários encontros que a CT teve com o ministro da tutela, Pedro Nunes Santos, e com a administração da TAP, não lhes foi avançada informação sobre o conteúdo do plano.

“Temos tido encontros com o ministro Pedro Nuno Santos, reunimos também há uma semana com administração e elementos da Boston Consulting Group. Basicamente expusemos as nossas posições, mas não sabemos ainda o que vai ser feito”, disse.

A Boston Consulting Group (BCG) foi a consultora selecionada para a elaboração do plano de reestruturação da TAP.

// Lusa

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