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Timor-Leste não autoriza publicação do relatório do FMI

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Antonio Cruz / ABr

Xanana Gusmão, primeiro-ministro de Timor e ex-líder da resistência timorense

Xanana Gusmão, primeiro-ministro de Timor e ex-líder da resistência timorense

O Governo de Timor-Leste impediu o Fundo Monetário Internacional (FMI) de publicar o relatório relativo à vigilância das políticas económicas, financeiras e cambiais (Artigo IV) do país, refere a organização na sua página na Internet.

“A opinião do Conselho de Administração foi resumida e transmitida às autoridades do país. As autoridades não consentiram a publicação do relatório da equipa”, refere o FMI, sem especificar as razões para a falta de autorização, numa mensagem divulgada a semana passada.

A análise do FMI a Timor-Leste foi concluída a 15 de Setembro, tendo o fundo emitido em Outubro um comunicado à imprensa, no qual recomenda ao país a realização de reformas estruturais mais profundas para apoiar um crescimento sustentável e a redução da pobreza.

O FMI recomendou também às autoridades timorenses que garantam um controlo adequado sobre as zonas económicas especiais, sublinhando que a suas actividades financeiras e fiscais devem ser incluídas no orçamento nacional, bem como a melhoria da qualidade e divulgação das estatísticas económicas.

Em relação ao dinheiro proveniente do petróleo, o FMI encorajou as “autoridades a continuarem a aplicar políticas prudentes que visem reforçar a estabilidade macroeconómica e a responder às necessidades de desenvolvimento, segundo o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Governo” timorense.

Ao abrigo do Artigo IV, o FMI tem um mandato para exercer vigilância sobre as políticas económicas, financeiras e cambiais dos seus membros para garantir o funcionamento eficaz do sistema monetário internacional.

Segundo a organização não-governamental timorense La’o Hamutuk, o Governo timorense não permitiu a divulgação do relatório por estar em desacordo com o conteúdo do mesmo.

“A La’o Hamutuk está desgostosa com esta decisão, porque acreditamos que a informação variada é essencial para o desenvolvimento de políticas económicas e fiscais sustentáveis e equitativas”, refere em comunicado hoje divulgado à imprensa.

/Lusa

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