O ex-candidato presidencial da Iniciativa Liberal, Tiago Mayan Gonçalves, anunciou este sábado a sua candidatura à liderança do partido por estar insatisfeito com o rumo do mesmo e entender que a IL precisa de alcance, amplitude e arrojo.
“Assumo hoje com responsabilidade que irei encabeçar uma candidatura à liderança da Iniciativa Liberal”, afirmou Tiago Mayan, que tem liderado a oposição interna ao atual líder, Rui Rocha, na formalização da candidatura em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.
Defendendo que o partido precisa de mudança, amplitude, alcance e arrojo, o liberal, que atualmente é o presidente da União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto, assumiu não se rever na liderança de Rui Rocha sem, contudo, lhe tecer diretamente críticas.
Não satisfeito com o rumo do partido, Tiago Mayan Gonçalves comprometeu-se a revitalizar a Iniciativa Liberal, ressalvando que só com um partido “aberto, ativo e ambicioso” vai ser possível determinar políticas, influenciar a governação e transformar Portugal.
“É com um partido mais ambicioso, que sabe o que quer, que conseguiremos um Portugal mais liberal”, referiu.
Motivo pelo qual o liberal defendeu uma gestão do partido equilibrada, com respeito e cooperação entre todos os órgãos, núcleos e membros, a implementação de mecanismos que garantam transparência e partilha de conhecimento no partido e o debate público.
Na sua opinião é imperativo que a IL recupere a ambição de defender temas cruciais para a sociedade, a economia, as empresas e os portugueses.
“A Iniciativa Liberal tem tido dificuldade em explicar e convencer os portugueses do porquê das suas propostas, para que servirão, que impactos terão realmente nas suas vidas”, atirou.
Tiago Mayan Gonçalves considerou que o partido precisa de saber comunicar “mais eficazmente” com os portugueses porque, se assim for, “não se resignará a resultados que representam uma estagnação em todas as eleições nacionais a que se tem apresentado”.
“Não basta sermos capazes de produzir propostas aliciantes compreendidas por um segmento restrito dos portugueses, temos de ser capazes de comunicar para todos, assumindo que existem distintos tipos de eleitorado com características e preocupações diversas e que esperam dos partidos e dos seus eleitos medidas que realmente melhorem as suas vidas”, sublinhou.
Na sua opinião, a IL tem de ser capaz de ser entendida por todos os portugueses, apresentando-se como “uma solução clara para cada um, independentemente dos seus rendimentos, da sua idade ou de outras características”.
Em abril, numa conferência de imprensa num hotel em Lisboa, Tiago Mayan Gonçalves já tinha afirmado que estaria pronto para encabeçar uma candidatura à liderança da IL quando houvesse eleições no partido.
Juntamente com duas centenas de liberais, o candidato às eleições presidenciais de 2021 apresentou na altura um manifesto para refundar o partido.
Os subscritores do manifesto acusam Rui Rocha de se ter afastado dos valores liberais ao longo do último ano – nomeadamente, nas três eleições que ocorreram no país — Madeira, Açores e legislativas.
Mayan foi um dos signatários de uma proposta de alteração aos estatutos da IL – que foi a votos na convenção nacional do partido de 6 e 7 de julho – que previa uma maior descentralização partidária, mais poderes deliberativos para os núcleos territoriais e menos poderes para a Comissão Executiva.
A proposta em questão foi chumbada, assim como a que tinha sido apresentado pelo Conselho Nacional da IL, tendo o partido ficado com os mesmos estatutos que tinha.
Tiago Mayan Gonçalves foi o candidato da IL nas eleições presidenciais de 2021, tendo ficado em sexto lugar com 3,22% dos votos.
A Iniciativa Liberal é atualmente liderada por Rui Rocha, que foi eleito presidente do partido em janeiro de 2023, com 51,7% dos votos, derrotando Carla Castro, que ficou com 44%, e José Cardoso, que obteve 4,3%.
ZAP // Lusa