Criado teste sanguíneo que deteta ansiedade

Persian King / Flickr

Um grupo de investigadores desenvolveu um teste de sangue que deteta o risco de ansiedade, através da identificação de biomarcadores.

Alexander Niculescu, professor de psiquiatra da Universidade do Indiana, nos Estados Unidos, tem estado envolvido na investigação sobre a criação de testes sanguíneos para a dor, depressão e desordem bipolar, relatou o Interesting Engineering.

Juntamente com os seus colegas, desenvolveu um teste que deteta biomarcadores que podem determinar “o risco de desenvolver ansiedade, a gravidade da sua ansiedade atual e quais as terapias que tratariam melhor” a condição, pode ler-se num comunicado de imprensa sobre o estudo, publicado na Molecular Psychiatry.

“Muitas pessoas sofrem de ansiedade, que pode ser muito incapacitante e interferir com a vida diária”, disse Alexander Niculescu. “A abordagem atual é falar com as pessoas sobre como se sentem para ver e podem tomar medicamentos, mas alguns desses fármacos podem ser viciantes e criar mais problemas”, indicou.

“Queríamos ver se a nossa abordagem para identificar biomarcadores sanguíneos nos poderia ajudar a fazer corresponder as pessoas a medicamentos existentes que funcionariam melhor e que poderiam ser uma escolha que não causasse dependência”, acrescentou o professor.

Para desenvolver o teste, os investigadores utilizaram as análises de sangue de pacientes com problemas psicológicos, como ansiedade. Esses efetuavam exames a cada três ou seis meses, ou então sempre que ocorria uma nova hospitalização psiquiátrica.

Após a análise dos biomarcadores, os investigadores identificavam o estado da ansiedade dos participantes e comparava-os com a ação de determinados medicamentos, verificando quão eficazes poderiam ser as diferentes opções.

“Além dos medicamentos, existem outros métodos para tratar a ansiedade, tais como a terapia cognitiva comportamental ou as mudanças de estilo de vida. Mas tendo algo objetivo como este método, através do qual podemos determinar o estado de alguém, bem como o risco futuro e quais as opções de tratamento que correspondem ao seu perfil, é algo muito poderoso para ajudar as pessoas“, referiu Alexander Niculescu.

O teste também pode ajudar a avaliar o risco de uma pessoa desenvolver níveis mais elevados de ansiedade no futuro e os fatores que têm impacto na sua saúde mental.

“Há pessoas que têm ansiedade e esta não é devidamente diagnosticada, depois têm ataques de pânico, mas pensam que estão a ter um ataque cardíaco e aparecem nas urgências com todo o tipo de sintomas físicos. Se pudermos saber isso mais cedo, podemos evitar essa dor e sofrimento e tratá-los mais cedo com algo que corresponda ao seu perfil”, notou ainda o professor.

De acordo com Alexander Niculescu, o teste pode ser incorporado num exame de rotina como parte de uma consulta regular. “A prevenção é melhor a longo prazo, pelo que o nosso objetivo é ser capaz de fornecer um relatório abrangente aos pacientes e aos seus médicos, usando um tubo de sangue”, completou.

ZAP //

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