Um quinto dos técnicos superiores escolhidos pelo Estado para integrar numa reserva de recrutamento desistiu da vaga.
Em 2019, o Governo abriu um concurso para integrar mil técnicos superiores numa reserva de recrutamento com o objetivo de rejuvenescer e dotar a Administração Pública de trabalhadores qualificados em várias áreas.
Um quinto dos 860 técnicos superiores colocados nos serviços desistiu e acabou por não assinar contrato, avança o jornal Público, este domingo.
Desses 860 técnicos selecionados, 682 celebrou contrato por tempo indeterminado com os serviços e organismos onde foram colocados, mas 21% acabaram por desistir.
Ao Público, a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, argumenta que o facto de um quinto dos colocados ter desistido tem a ver com o tempo passado entre a apresentação da candidatura e a homologação.
Como tal, o Governo já apresentou aos sindicatos uma proposta para alterar o recrutamento centralizado. De acordo com Inês Ramires, a solução passará por uma desburocratização do processo, simplificando os procedimentos e envolvendo os serviços na seleção dos candidatos. Equaciona-se a criação de uma nova plataforma, que irá substituir a Bolsa de Emprego Público.
Os candidatos admitidos só passavam à fase seguinte se tivessem uma nota igual ou superior a 9,5 valores na prova de conhecimentos. Os candidatos com a melhor classificação na prova de conhecimentos foram depois sujeitos a uma avaliação psicológica. Foram aprovados os que tinham nota igual ou superior a 12 valores.
Os serviços interessados podiam recorrer a esta reserva para preencherem as suas necessidades nas áreas jurídica; económico-financeira; de planeamento, controlo e avaliação; de relações internacionais e ciência política; e de estatística.
Embora um dos objetivos fosse rejuvenescer a Administração Pública, a idade média dos técnicos superiores foi de aproximadamente 35 anos. Embora abaixo da média de 47,7 anos dos funcionários públicos, está longe da idade de recém-licenciados.
Depois do concurso de 2019, Inês Ramires espera agora lançar um novo recrutamento centralizado no próximo ano.