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Os táxis de Londres, um dos maiores ícones britânicos, podem estar prestes a desaparecer. A culpa é da pandemia

A pandemia veio prejudicar (e muito) os negócios, sobretudo nos países mais afetados pelo vírus, como é o caso do Reino Unido. Quem não conhece os famosos táxis de Londres? A verdade é que até os enigmáticos transportes estão cada vez mais vazios, e isso fez com que se criasse um autêntico cemitério de táxis.

Depois de vários meses em confinamento, são muitas os negócios que se vêm com cada vez mais dificuldades em sobreviver. Agora, com ruas vazias e sem os curiosos turistas, os taxistas têm cada vez menos receitas e isso fez com que se vissem obrigados a entregar os seus carros, que estão a acumular-se num verdadeiro cemitério de táxis.

Numa cidade a cerca de 30 km de Londres, a vista é chocante. Quem passa na zona pode ver os famosos táxis negros de Londres, estacionados num campo lamacento. Os automóveis foram sendo devolvidos pelos motoristas às empresas de aluguer por causa do colapso dos negócios, depois do país entrar num “lockdown” em março.

Porém, à medida que o número de táxis parados se acumulava, a empresa começou a ficar sem espaço para os guardar nas suas garagens, por isso teve de arranjar um outro local para estacionar os carros que agora não se encontram no ativo, diz o New York Times.

Eu chamo este campo, de campo dos sonhos desfeitos”, disse Steve McNamara, secretário-geral da Associação dos Motoristas de Táxis Licenciados, que representa cerca de metade dos mais de 21.500 taxistas licenciados da capital britânica.

McNamara, que lutou pela permanência dos táxis contra a concorrência do Uber, diz que a pandemia é uma ameaça ainda maior. Segundo o representante, a menos que o governo ofereça uma maior ajuda financeira, Londres pode perder um dos seus símbolos mais conhecidos. “Somos o único ícone de Londres que resta, e eu temo que nos próximos três anos já não estejamos no ativo”.

Ryan Spedding, que conduz um táxi há quase nove anos, recorda o momento em que primeiro-ministro Boris Johnson foi à televisão, em março, para dizer que a população não deveria sair de casa. No dia seguinte, Spedding conta que conduziu o seu táxi até Londres e descobriu uma cidade fantasma.

Para compensar os negócios perdidos, alguns motoristas passaram a oferecer passeios pelas ruas para que os passageiros possam apreciar as luzes de Natal na Regent Street. Há poucos turistas a aderir, mas os moradores locais, confinados há semanas, parecem estar ansiosos por sair, e representam alguma réstia de esperança para esta classe.

Os motoristas que não podem “abandonar” o seu carro, estão a passar por ainda maiores complicações financeiras, pois a maioria tem carros para pagar, e o que ganham não é suficiente para pagar as rendas mensais.

Desde janeiro de 2018, todos os táxis recém licenciados em Londres devem ser elétricos. Um novo modelo elétrico custa cerca de 65.000 libras (perto de 71 mil euros) e são muitos os motoristas que financiam a compra, o que os sobrecarrega com pesados ​​pagamentos mensais, que em tempos de pandemia são difíceis de cobrir.

ZAP //

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