Entre as previsões pessimistas, há um número que pode suavizar os juros, por exemplo, no crédito à habitação.
A Comissão Europeia apresentou nesta segunda-feira números actualizados sobre a economia, as suas previsões de Verão.
Houve uma revisão em baixa do crescimento dos países que utilizam o Euro, muito por causa da evolução do Produto Interno Bruto (PIB), da economia europeia, ter sido menor do que o esperado.
Na última análise, em Maio, previa-se que em 2023 haveria um crescimento do PIB – nos países da moeda única – de 1,1%. Agora a previsão é de crescimento de 0,8%.
Mas, entre as más notícias para os europeus, apareceu um número que pode ajudar a suavizar o crédito à habitação – em Portugal, por exemplo.
A inflação anual seria de 5,8% entre os 20 países da moeda única; esta nova previsão desce ligeiramente para inflação anual de 5,6% em 2023.
Também no geral da União Europeia, o valor da inflação desceu 0,2 pontos percentuais: de 6,7% em Maio para 6,5% em Setembro.
Estas contas foram apresentadas na semana em que o Banco Central Europeu vai actualizar as suas medidas em relação às taxas de juro de referência.
Essas taxas de juro mexem, por exemplo, com a prestação da casa, o crédito à habitação.
O professor António Nogueira Leite lembrou na rádio Observador que estes juros sobem com um objectivo claro: controlar a inflação.
Até porque, se a inflação não é controlada, todos pagam mais tarde: “A teoria e a análise empírica mostram-nos que, quando falhamos no controlo da inflação, os custos sobre a economia, sobre os consumidores, sobre as empresas e, sobretudo, sobre os mais pobres são muito maiores no futuro. Portanto, há esta preocupação”.
Agora fica a pergunta: os juros vão deixar de subir por causa das novas previsões da inflação? Não se sabe: “O cenário mudou um pouco, mas não sei se o suficiente para abrandar esta preocupação em controlar a inflação”.
Os juros podem subir novamente, mas isso não é uma certeza: “Não excluo que ainda possam subir 0,25 pontos percentuais. Mas mesmo isso não é certo“, completou o economista.