A companhia aérea TAP voltou a ter capitais próprios positivos, depois do último aumento de capital. Um passo importante para o novo financiamento que vai contratar junto da banca.
De acordo com o ECO, a TAP terminou o ano com capitais próprios positivos, saindo da situação de falência técnica em que se encontrava desde 2020.
Este é um passo imprescindível para voltar a financiar-se no mercado, o que deverá ocorrer ainda este mês.
A situação líquida da transportadora aérea já era frágil antes da pandemia, com capitais próprios de pouco mais de 100 milhões de euros em 2018 e 2019.
Com a covid-19 e a paralisação do tráfego aéreo, os prejuízos dispararam, empurrando a empresa para a “falência técnica”.
No final de 2020, o buraco na situação líquida da empresa era de 1.154,3 mil milhões, mantendo-se praticamente igual no final de junho de 2021, apesar de uma injeção de 462 milhões realizada um mês antes pelo Estado.
A companhia viveu assim até ao cair do pano de 2021, quando o Executivo avançou com uma segunda operação, de 1.794,5 milhões, a maior parte através da conversão de um empréstimo em capital e a outra através de uma injeção clássica do Tesouro.
Contabilizando os prejuízos de 627 milhões até setembro, os últimos números conhecidos, a TAP ficaria com um capital próprio positivo de 506 milhões, uma soma, à partida, suficiente para fazer face às perdas dos últimos três meses do ano e a novas dívidas.
Segundo uma fonte conhecedora do processo, a companhia aérea fechou mesmo 2021 com uma situação líquida positiva, sem poder, no entanto, detalhar o número.
Sair da falência técnica era importante para a companhia aérea avançar com um financiamento de 360 milhões junto de privados no início de 2022, conforme foi anunciado depois da aprovação do plano de reestruturação pela Comissão Europeia.
Mantém-se a intenção de completar esta operação até ao final do mês e antes das eleições, tendo o executivo contactado vários bancos para o efeito. O empréstimo será garantido em 90% pelo Estado.
Este financiamento terá uma maturidade curta, de cerca de um ano. O plano de recuperação prevê que seja reembolsado com o dinheiro de uma nova injeção de capital na companhia aérea.
Dos 3.200 milhões previstos em ajudas de Estado à transportadora aérea, já entraram 2.256,5 milhões, ficando a faltar 900 milhões que devem entrar ainda este ano.
A partir daí ficará esgotado o bolo acordado com Bruxelas, pelo que não poderão existir novas injeções de capital.
O plano prevê apenas um novo financiamento junto de privados a partir de 2023, com um valor mínimo de 250 milhões, mas que pode chegar aos 512 milhões.