O Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos lamentou “a saída de quase 3000 trabalhadores da TAP” e apontou para poupança de 1,4 mil milhões em quatro anos.
O Sindicato dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) referiu que o Governo lhe comunicou que as alienações de participadas da TAP previstas no plano de reestruturação não serão feitas “nem a saldo nem à pressa”.
Num comunicado, a estrutura sindical informou que o “Governo português comunicou ao STHA que tais alienações serão feitas quando estiverem reunidas as condições normais de mercado, pelo que não serão vendidas nem a saldo, nem à pressa, nenhuma das empresas do grupo TAP”.
Está em causa a alienação de ativos não essenciais, como filiais em atividades adjacentes de manutenção no Brasil, restauração, da Cateringpor, e assistência em terra, prestada pela Groundforce.
“O Governo português entregou, em 10 de dezembro de 2020, o Plano de Reestruturação da TAP para aprovação da Comissão Europeia”, lê-se na mesma nota, que salienta que não houve “qualquer participação dos sindicatos”.
“Como corolário, temos — infelizmente — a saída de quase 3000 trabalhadores da TAP (entre contratados a prazo e do quadro permanente)”, lamentou o STHA.
Aponta para “em quatro anos — uma poupança de 1,4 mil milhões de euros com os trabalhadores”, sendo que, no mesmo período, houve uma poupança de “pouco mais de 400 milhões de euros nos fornecimentos e serviços externos”.
O sindicato reconhece, no entanto, que a “aprovação do Plano de Reestruturação por parte da Comissão Europeia (CE), é positiva, contudo, apenas se conhece a versão sucinta da aprovação que se pode ler no press release emitido pela CE, razão pela qual não” se pronunciou.
Nem o fará, “enquanto não for tornado público o documento completo da aprovação que terá, seguramente, muito mais do que três páginas, explicando tema a tema, rubrica a rubrica, tudo o que envolve tal aprovação“, indicou.
A Comissão Europeia informou a 21 de dezembro que aprovou o plano de reestruturação da TAP e a ajuda estatal de 2.550 milhões de euros, impondo que a companhia aérea disponibilize até 18 ‘slots’ por dia no aeroporto de Lisboa.
“Na sequência da sua investigação aprofundada e dos comentários das partes interessadas e de Portugal a Comissão aprovou o plano de reestruturação proposto”, indicou o executivo comunitário em comunicado.
Especifica ainda que “o plano de apoio assumirá a forma de 2,55 mil milhões de euros de capital próprio ou de medidas de quase-capital, incluindo a conversão do empréstimo de emergência de 1,2 mil milhões de euros em capital próprio”.
O plano “estabelece um pacote de medidas para racionalizar as operações da TAP e reduzir os custos”, nomeadamente a divisão de atividades.
Por um lado, as da TAP Air Portugal e da Portugalia, que serão apoiadas e reestruturadas, e por outro a alienação de “ativos não essenciais“, como filiais em atividades adjacentes de manutenção, no Brasil, e restauração e assistência em terra, pela Groundforce.
Além disso, a TAP fica “proibida de quaisquer aquisições e reduzirão a sua frota até ao final do plano de reestruturação, racionalizando a sua rede e ajustando-se às últimas previsões que estimam que a procura não irá aumentar antes de 2023 devido à pandemia”, ressalva a instituição.