TAP paga 8 milhões a tripulantes para não haver greve e ainda pode oferecer outro bónus

De forma a travar a nova greve de tripulantes da TAP, a administração da empresa vai pagar uma compensação de 8 milhões de euros e ainda admite pagar outro bónus.

Depois de uma greve nos dias 8 e 9 de dezembro que provocou uma perda de receita na ordem dos 8 milhões de euros, os tripulantes de cabine da TAP preparavam-se para uma nova greve, entre os dias 25 e 31 de janeiro. A convocação da greve aconteceu após as negociações com a companhia aérea terem falhado.

Entretanto, esta segunda-feira, os tripulantes de cabine aceitaram a proposta da TAP e, assim, desconvocaram a greve. Segundo a empresa, a greve de sete dias levaria ao cancelamento de 1.316 voos e a um impacto direto de 48 milhões de euros nas contas.

O acordo que permitiu travar greve prevê que 2.700 tripulantes recebam “compensação extraordinária” por dois anos de ajudas complementares não pagas, escreve o Dinheiro Vivo. A TAP vai pagar 8 milhões de euros aos tripulantes de cabine. Este é um dos vários pontos do acordo com os trabalhadores.

Na minuta do acordo, à qual o jornal teve acesso, a TAP define que este pagamento será realizado “a título de compensação extraordinária, sem sujeição às reduções retributivas previstas no acordo temporário de emergência (ATE)” e “sem prejuízo do que vier a ser definido em sede do novo acordo de empresa (AE)”.

Os cálculos da compensação foram feito com base numa média por cada categoria profissional. Caso algum trabalhador não concorde com a compensação definida, poderá ainda avançar para a via judicial.

Outro dos pontos da minuta do acordo prevê que a TAP pague “um prémio” aos filiados do Sindicato Nacional do pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) caso o novo AE seja assinado até ao final deste ano.

“O valor do prémio de assinatura será acordado à posteriori entre as partes, sendo essa prestação paga caso o novo AE venha a ser celebrado até 31 de dezembro de 2023″, lê-se no acordo. Além dos tripulantes, também os pilotos estão abrangidos por este bónus.

O presidente do SNPVAC admite que há “pressão” por parte da TAP para acelerar as negociações, visto que há a intenção de “colocar a companhia mais apelativa para um possível comprador”.

Depois de um braço de ferro com a administração da TAP, os trabalhadores já conseguiram a redução dos cortes salariais de 25% para 20% para remunerações acima dos 1520 euros; o aumento das ajudas de custo; a atualização do protocolo de e-learning; a reposição de um tripulante em voos de longo curso; e a eliminação do corte de 25% sobre os per diem.

ZAP //

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