“Ameaça grande” para o Turismo. TAP com nova greve entre 25 e 31 de janeiro

No seguimento da greve de dezembro, as duas partes sentaram-se à mesa, com a TAP a apresentar uma proposta que viria a ser rejeitada pelos associados do SNPVAC.

Depois de uma greve nos dias 8 e 9 de dezembro que provocou uma perda de receita na ordem dos 8 milhões de euros, os tripulantes de cabine da TAP preparam-se para novas jornadas de luta. De acordo com o aviso de greve que deverá ser entregue hoje, por parte do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo e Aviação Civil, os protestos decorrerão entre os dias 25 e 31 de janeiro.

A convocação da greve acontece num contexto em que as negociações com a companhia aérea falharam. Os trabalhadores foram notificados ontem, segunda-feira, 24 horas antes do pré-aviso de greve.

“Apelo, desde já, à adesão de todos para que, mais uma vez, possamos dar nota cabal à empresa da nossa união em torno do descontentamento relativamente às matérias abordadas e deliberadas na AG de dia 3 de novembro, que constituem as nossas reivindicações legítimas e responsáveis”, explicou Ricardo Andrade, presidente da assembleia geral.

Da parte da empresa, a reação pautou-se pela resignação. “Respeitamos e lamentamos a decisão do SNPVAC e continuamos a fazer todos os possíveis para chegar a um acordo que sirva os melhores interesses do País, dos nossos clientes, dos tripulantes de cabina e da TAP“, afirmou fonte oficial da companhia aérea.

No seguimento da greve de dezembro, as duas partes sentaram-se à mesa, com a TAP a apresentar uma proposta que viria a ser rejeitada pelos associados do SNPVAC. O chumbo, lembra o jornal Público, teve um apoio claro dos tripulantes: 615 votos contra, seis a favor e três abstenções.

Se do lado dos trabalhadores há a reivindicação de compromissos laborais, que estes dizem já ter direito, e que foram suspensos como resultado do acordo de emergência em vigor, do lado da TAP está em causa a exigência de que o SNPVAC coloque fim às ações judiciais em função dos temas laborais em disputa, assim como a renúncia, por parte do sindicato, a novas ações judiciais.

Existe ainda a preocupação de “criar condições para que, num contexto de paz”, se começasse “construtivamente o processo de revisão integral do atual acordo de empresa”, que remonta a 2006 — e tido como “ultrajante” pelo SNPVAC.

Greves constantes são “ameaça grande”

Também Pedro Machado, presidente da Entidade Regional do Turismo do Centro de Portugal, já reagiu ao anúncio, dizendo que o risco de greves constantes na TAP representa uma “ameaça grande” para o setor. O representante diz ainda olhar com “manifesta preocupação” para o novo anúncio de greve.

“Independentemente das causas que estejam por trás desta greve, estamos num período de tentativa de recuperação dos fluxos internacionais e estamos com a consolidação das pontes aéreas que a TAP serve, em mercados críticos, como, por exemplo, o Brasil”, continuou o representante.

Considerando ainda o contexto marcado pela guerra na Ucrânia, surto de covid-19 na China e os valores crescentes da inflação, Pedro Machado entende que o facto de “a principal porta de entrada em Portugal“, os aeroportos, estarem condicionados “prejudica o todo nacional”. Como tal, defende que a TAP “não suporta mais crises artificiais, por força de um desentendimento” e que a greve “atinge a credibilidade do país no que toca à imagem internacional”.

ZAP //

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