/

É oficial: o cérebro de um astronauta aumenta após uma viagem espacial

2

NASA / Wikipedia

O astronauta Bruce McCandless, da missão STS-41-B da ISS, numa EVA, “Extravehicular Activity”

As viagens espaciais afetam o cérebro humano de formas estranhas e inesperadas. Uma nova investigação permitiu concluir que períodos prolongados no Espaço aumentam até 6% a massa cerebral dos astronautas.

O cérebro dos astronautas aumenta até 6% depois de um período prolongado no Espaço. No entanto, no que toca a este aspeto, o tamanho não é tudo e este novo estudo não traz propriamente boas notícias.

Vários astronautas relataram problemas de visão depois de terem realizado viagens espaciais. Avaliações médicas posteriores revelaram que os nervos óticos incharam e que muitos astronautas sofreram uma hemorregia retiniana.

Os cientistas suspeitam que estes problemas de visão são causados pelo aumento da pressão intracraniana durante o voo espacial. Um novo estudo, liderado por Larry Kramer, radiologista do Centeno de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, descobriu novas provas de que a pressão aumenta com a gravidade.

A equipa realizou ressonâncias magnéticas a 11 astronautas, antes e depois de viajarem para o Espaço. Os resultados mostraram que, devido à exposição prolongada à microgravidade, o cérebro destes seres humanos inchou e o líquido cefalorraquidiano aumentou de volume.

As mais recentes descobertas apoiam a teoria de que as viagens espaciais aumentam a pressão no cérebro, que pode estar ligada, por sua vez, aos problemas de visão relatados por muitos astronautas, avança o Space.

Kramer e a sua equipa descobriram ainda que a glândula pituitária altera a sua altura e forma depois da exposição à microgravidade. Esta glândula comprime, um sinal do aumento da pressão na cabeça. Os resultados do estudo foram publicados no dia 14 de abril na Radiological Society of North America. 

A investigação permitiu concluir que tanto o inchaço como a pressão se mantiveram até um ano após o regresso dos astronautas à Terra, uma característica que faz os cientistas suspeitarem de que os efeitos da microgravidade podem durar. Ainda assim, são necessários mais estudos para validar esta hipótese.

Kramer não têm a certeza das implicações a nível cognitivo deste “aumento cerebral”. “Ainda não sabemos, mas será um assunto de interesse nas próximas propostas de pesquisa.”

A radiação e o isolamento social são dois dos problemas que os astronautas enfrentam no Espaço. Contudo, este novo estudo deixa claro que os problemas não desaparecem milagrosamente assim que os astronautas regressam à Terra.

ZAP //

2 Comments

  1. Talvez fosse boa ideia mandar o presidente, na próxima expedição espacial, para ver se o volume do seu cérebro aumentava um pouco!

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.