Abdul Ghani Baradar passou de primeiro-ministro do governo talibã a desaparecido. O homem que é visto como o “diplomata” do grupo que tomou o poder no Afeganistão não é visto em público há vários dias e especula-se que pode ter sido morto, após uma forte discussão com um temível líder militar.
O desaparecimento público de Baradar surge depois de ter sido anunciado como o novo primeiro-ministro do governo talibã. Contudo, poucos dias depois, acabou por passar a vice-primeiro-ministro antes de ter deixado de ser visto em público.
Enquanto isso, surgem rumores de divisões internas nos talibã, entre a facção mais militarista e o lado mais político do grupo que é liderado por Baradar. Ele é considerado o “diplomata” dos talibã, pois foi o principal responsável pelas negociações com os norte-americanos que levaram à saída destes do Afeganistão.
Vários media internacionais dão conta de uma forte discussão entre Baradar e Sirajuddin Haqqani que foi eleito ministro do Interior no governo talibã.
Haqqani é o líder de uma rede dos talibã a quem são atribuídos alguns dos ataques suicidas mais violentos dos últimos anos no Afeganistão. Além disso, tem a cabeça a prémio e o Governo dos EUA oferece 5 milhões de dólares pela sua captura.
A BBC nota que os dois homens “trocaram palavras duras, enquanto os seus seguidores brigavam uns com os outros” numa reunião no palácio presidencial, em Cabul, a capital do Afeganistão.
Na base da discussão, segundo a BBC, estiveram divergências quanto a quem deve ficar com os “louros” da vitória sobre os EUA e quanto à constituição do Governo.
Baradar foi “o primeiro líder talibã a comunicar directamente com um presidente dos EUA, tendo tido uma conversa telefónica com Donald Trump em 2020″, segundo a BBC.
Antes disso, já tinha sido o responsável por assinar, em nome dos talibãs, o acordo de Doha com vista à retirada dos norte-americanos.
Passado dos talibãs alimenta rumores
Baradar não é visto em público desde a primeira semana de Setembro, altura em que esteve num hotel de Cabul, como refere a CNN. Assim, surgem rumores de que pode ter sido ferido, ou mesmo morto, num tiroteio.
Um porta-voz dos talibã, Sulail Shaheen, assegura à Reuters que Baradar enviou uma mensagem de voz que nega estes rumores. “Ele diz que são mentiras e totalmente sem fundamento”, salienta Shaheen numa mensagem de Twitter citada por esta agência de notícias.
A CNN fala de um áudio de 39 segundos de “qualidade modesta” que foi divulgado na segunda-feira, juntamente com “uma nota escrita à mão pelo seu assistente”, sem imagens.
Mas no seio dos talibãs vão surgindo versões contraditórias. Se, por um lado, se alega que Baradar está em reuniões na cidade de Kandahar, um outro porta-voz do grupo disse à BBC que o mulá está “cansado” e que precisa de “algum descanso”.
Contudo, os rumores em torno de Baradar continuam, até pelo que aconteceu com o mulá Omar que morreu, em 2013, devido a uma tuberculose.
O fundador dos talibã esteve desaparecido durante dois anos antes de ter sido confirmada a sua morte, em 2015. Os talibãs terão adiado o anúncio devido a divisões internas.
Entretanto, também o comandante supremo dos talibãs, Haibatullah Akhundzada, não é visto em público desde 15 de Agosto quando o grupo tomou conta de Cabul. A CNN aponta que também há rumores de que pode estar doente, ou mesmo morto.
Os talibãs já se andam a matar uns aos outros…….interessante. matam “todos” e matam-se a eles mesmos…..
os revolucionários americanos fizeram o mesmo quando derrotaram os ingleses…
e os republicanos fizeram o mesmo quando derrotaram a monarquia…
etc…
Isto de governar é diferente de lutar à caçada. O primeiro é algo mais difícil. Eles hão de aprender de certeza, os estudantes. Já nem as mulheres os respeitam.
Diz um ditado que contra a vontade do povo ninguém consegue manter o poder.
A vontade do povo pode ser dobrada, conforme se prova por aquilo que aconteceu durante 70 anos no país dos sovietes…
Isso passava-se nos séculos XIX e XX! Hoje o pessoal está mais exigente e tem acesso a armas.
Já é normal estes radicais loucos matarem os que não são tão radicais como eles… nem que sejam conhecidos ou até da própria família!…
Bela “prenda” os EUA deixaram aos afegãos…
Os ministros de cá é que precisam de um tratamento “à talibã”…