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Talibãs já escolheram o líder do novo governo: Abdul Ghani Baradar

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Karim Jaafar / AFP

Abdul Ghani Baradar será o novo líder do governo talibã no Afeganistão.

Numa altura em que os talibãs estão a intensificar os bombardeamentos ao último reduto de resistência, o anúncio do novo governo deve estar por horas.

As forças talibãs intensificaram esta sexta-feira de manhã os bombardeamentos contra o Vale de Panshir, o último reduto de resistência aos talibãs.

De acordo com o Observador, o repórter da Al Jazeera em Golbahar, Charles Stratford, diz que os ataques subiram de tom, causando o pânico entre os civis.

O Vale de Panjshir, quase 150 km a norte de Cabul, é o lar de uma população tajique em grande parte étnica e, durante quatro décadas de guerra civil e insurgência dos talibãs, tem sido um centro de resistência.

A resistência de Panjshir está a mobilizar-se sob a forma de Ahmad Massoud, o filho de 32 anos do líder carismático Ahmad Shah Massoud — apelidado de “Napoleão Afegão” numa biografia recente do veterano jornalista britânico Sandy Gall.

Paralelamente, segundo duas fontes talibãs, citadas pela AFP, o anúncio do novo governo deve acontecer nesta tarde de sexta-feira, após as orações.

O mullá Abdul Ghani Baradar, cofundador do movimento na década de 1990, será o líder do novo governo talibã, avança a Reuters.

Depois de ter estado preso no Paquistão há apenas três anos, o chefe político dos talibãs é o principal negociador no processo que vai colocar os “estudantes” novamente no palco do poder, escreve o Expresso.

Baradar é o elo diplomático dos talibãs, tendo negociado com os norte-americanos a saída das suas tropas do Afeganistão.

“Todos os principais líderes chegaram já a Cabul, onde os preparativos estão na fase final para anunciar o novo governo”, disse à agência um oficial talibã, sob anonimato.

Também o mulá Mohammad Yaqoob, filho de Mohammad Omar, o líder talibã que governou o Afeganistão entre 1996 e 2001; e Sher Mohammad Abbas Stanekzai, o vice-chefe do gabinete político dos talibãs no Qatar, deverão fazer parte do novo governo.

Stanekzai admitiu ainda que o mais certo é que pudesse não haver mulheres em cargos de relevância. 

Daniel Costa, ZAP //

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2 Comments

  1. Estes talibãs deviam ter vergonha. Se uma mulher mostrar o braço mesmo que seja sem querer, eles dizem que a mulher fez de propósito para os provocar. os coitadinhos autoconsideram-se umas vitimas das mulheres.
    Esquecem-se que foi uma mulher que lhes deu a vida, que os alimentou, que os educou, que lhes limpou o cu, que os levou ao médico. Porque razão eles maltratam as mulheres. Tem medo delas?
    São outros que regrediram 2000 anos no tempo. Nem isso, porque há 2000 anos havia mais respeito pelas mulheres do que os talibãs tem.

  2. Para o imediato as Mulheres Afegãs só têm a alternativa de se juntarem todas na causa da sua liberdade, e com as redes sociais, o caminho está-lhe facilitado.

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