/

Suplementos alimentares não previnem a depressão

4

PhotoXpress

A toma de suplementos alimentares mostrou-se incapaz de prevenir a depressão, segundo um estudo realizado em mais de mil pessoas de quatro países europeus.

Os investigadores quiseram testar se a toma de suplementos nutricionais ou alimentares, como zinco, selénio, cálcio ou vitamina D, tinham impacto na prevenção de depressão major. Os participantes no estudo, todos com excesso de peso e identificados como tendo “risco elevado” de depressão, foram divididos em grupos distintos, sendo acompanhados durante um ano.

O primeiro grupo tomava diariamente um suplemento alimentar que continha ómega 3, cálcio, ácido fólico, vitamina D, zinco, selénio e outra parte tomava apenas um placebo. Metade dos participantes recebeu também uma intervenção para mudança do seu estilo de vida e adoção de comportamentos mais saudáveis.

Durante o acompanhamento de 12 meses, 10% dos mais de mil participantes desenvolveram depressão, num total de 105 pessoas de Espanha, Alemanha, Reino Unido e Holanda.

Desses 105 que desenvolveram depressão, 25 estavam no grupo que apenas tomava placebo, 26 tomavam placebo e recebiam terapia de grupo, 32 eram do grupo da toma de suplemento alimentar sem terapia e 22 combinavam suplementos com terapia de grupo. Os investigadores concluíram assim que nenhuma das estratégias influenciou ou afetou o desenvolvimento de depressão.

O psiquiatra português Ricardo Gusmão lembra que a “depressão major é talvez a doença que mais incapacidade gera em todo o mundo”.

“A esperança de que fosse possível prevenir a ocorrência de depressão através da toma de nutrientes genericamente apontados como protetores foi incisivamente prejudicada por este estudo sólido e bem estruturado”, considera, num comentário à Lusa sobre a investigação.

Ricardo Gusmão, dirigente em Portugal da Aliança Europeia Contra a Depressão, defende ainda que as conclusões do estudo permitem “retirar consequências para a definição de política de saúde pública”.

Isso pode passar por proibir a “publicidade falaciosa em torno das qualidades antidepressivas de nutrientes” e promover as terapêuticas que têm provas de eficácia, “como a generalidade de antidepressivos” para os vários tipos e níveis de gravidade da depressão, bem como psicoterapia para as depressões ligeiras e moderadas, argumenta o psiquiatra, também professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

// Lusa

4 Comments

  1. O grande problema desses estudos é que querem trazer pra realidade brasileira e não funciona mta coisa! O brasileiro devia investir em estudos aqui, que tem uma grande miscigenação, grande variabilidade genética…

  2. Exatamente não sabem suplementar a vitamina D tem ser altas doses e juntas com completo b , sabe de nada , tenho provas disso na minha família , tem saber suplementar e obvio que cérebro e corpo funciona bem com nutrientes

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.