Com Boris Johnson à espreita para um eventual regresso, é Rishi Sunak quem assume a pole position para suceder a Liz Truss em Downing Street.
O Reino Unido está em polvorosa. Uma alface conseguiu durar mais tempo do que Liz Truss no cargo de primeira-ministra, depois de apenas 45 dias no poder. A conservadora não aguentou perante os consecutivos fracassos do seu governo e, perante a pressão, apresentou mesmo a demissão.
“Reconheço que, dada a situação atual, não consigo cumprir o mandato para o qual fui eleita pelo Partido Conservador”, explicou na quinta-feira.
Assim termina o mandato mais curto de sempre na História do Reino Unido. Foi superado o recorde de George Canning, que em 1827 foi primeiro-ministro durante 119 dias, menos de quatro meses.
Os britânicos começam já a especular sobre o sucessor e há um nome familiar que volta à baila: Boris Johnson.
O jornal The Times já informou que o antigo primeiro-ministro deve ser um dos candidatos à liderança do Partido Conservador. Dentro do partido já há diversos deputados a apoiá-lo. O The Telegraph reforça essa possibilidade e acrescenta que Boris já está a “fazer sondagens” para recuperar o lugar que ocupava.
Na altura em que apresentou a demissão, Boris Johnson fez um discurso em que tinha deixado em aberto a possibilidade de um regresso. Citando Arnold Schwarzenegger em “O Exterminador Implacável”, disse: “Hasta la vista, baby“.
Antes, o ainda primeiro-ministro britânico aproveitou o discurso para dar alguns conselhos ao seu sucessor no cargo e para fazer um pequeno balanço do seu mandato. “Missão largamente cumprida… por agora”, realçou. No fim, foi recebido por um enorme aplauso do Parlamento.
E, ao que relatos recentes parecem sugerir, o hasta la vista de Boris Johnson pode não ter sido em vão e até poderia citar novamente Arnold Schwarzenegger e dizer: “I’ll be back” [eu voltarei].
“Hasta la vista, baby”
PM Boris Johnson receives standing ovation from Conservative MPs after offering “final words of advice” to successor, “whoever he or she may be”#PMQs https://t.co/fYJXc3xpvS pic.twitter.com/yrANlEhb9T
— BBC Politics (@BBCPolitics) July 20, 2022
Depois de Liz Truss ter sucedido ao seu “amigo” Boris Johnson, poderá agora o ex-primeiro-ministro suceder à sua amiga? Seria uma autêntica pescadinha de rabo na boca.
Ainda assim, Boris Johnson não parece ser o favorito para Downing Street. Derrotado por Truss na eleição anterior com os votos dos militantes conservadores, Rishi Sunak foi o candidato mais popular entre os deputados tories, salienta o jornal Público. Como tal, afigura-se como o favorito na corrida.
O ministro das Finanças de Boris Johnson nunca conseguiu cativar o eleitorado tory, um fator que acabou por ser fatal para as suas aspirações ao cargo. Agora, depois dos falhanços dos seus antecessores, pode-se ter um aberto uma brecha para Sunak.
Penny Mordaunt é outro nome que esteve na corrida à sucessão de Boris e que agora volta ao ataque. A ex-ministra da Defesa foi a última candidata a ser eliminada antes da disputa final entre Truss e Sunak.
No cargo de líder da Câmara dos Comuns e de Lorde Presidente do Conselho Privado da coroa, Mordaunt recolheu alguns elogios dos tories, mas parece não ter a força suficiente para fazer frente aos outros candidatos.
Ben Wallace também é referido como potencial substituto de Truss. O ministro da Defesa, ao contrário da maioria dos restantes governantes, saiu com a sua credibilidade reforçada. Foi Wallace quem delineou a resposta britânica à invasão russa da Ucrânia.
Na altura da saída de Boris Johnson, Wallace tinha algum apoio, mas anunciou que não se ia candidatar ao lugar. Agora, com a saída de Truss, Wallace poderá repensar a sua decisão.
Kemi Badenoch, ministra do Comércio no governo de Truss, surpreendeu na última eleição, reunindo muitos apoios entre os deputados conservadores, salienta o Público. As suas hipóteses são reduzidas, mas Badenoch poderá tentar ganhar novamente terreno.
O Boris já tinha dito que ía voltar………………………