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Suécia vai dar benefícios fiscais a quem consertar os seus aparelhos (em vez de os deitar fora)

A medida legislativa, proposta pelo partido Democrata em parceria com o Partido Verde, é ainda uma proposta parlamentar – mas já causa furor.

Reduzir a quantidade de coisas que deitamos fora é fundamental para diminuir a produção de lixo no mundo. Para tal, é necessário remar contra a maré do consumo desenfreado e praticar um consumo consciente e responsável.

Não é tarefa fácil. Afinal de contas, somos educados a que comprar coisas novas é essencial – até por uma questão de estatuto social.

Mas na Suécia os cidadãos têm agora um incentivo extra para pensarem duas vezes antes de comprar alguma coisa nova – só porque algum outro objecto se avariou.

Uma medida legislativa, proposta pelo partido Democrata em parceria com o Partido Verde, prevê a redução de taxas para os cidadãos que consertarem bens de consumo – como bicicletas, roupas e sapatos – em vez de os deitar fora e ir a correr para a loja mais próxima para comprar outro.

A medida prevê que as pessoas que prestam serviços de reparação tenham impostos reduzidos de 12% a 25% – valor não negligenciável num dos países com maior carga fiscal do mundo.

Para aparelhos de grande porte e complexidade, como os electrodomésticos, a proposta prevê o reembolso de taxas, o que significa metade do custo do serviço.

De acordo com os proponentes, a medida permitirá ainda reduzir os custos anuais de reciclagem e aumentar os empregos no sector dos serviços de reparações.

“Acredito que está a acontecer uma mudança de paradigma“, explica Per Bolund, Ministro das Finanças da Suécia, ao jornal britânico The Guardian.

“O conhecimento de que precisamos de fazer com que as nossas coisas durem mais tempo, para reduzirmos o consumo de novos materiais, está a espalhar-se”, acrescenta Bolund.

A Suécia foi notícia nos últimos tempos por emprestar bicicletas a quem quiser deixar o carro em casa, atingir a marca de 99% do seu lixo reciclado e desistir das Olimpíadas para investir em moradias públicas.

Mais alguém está com vontade de ir viver para lá?

ZAP / The Greenest Post

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