A pandemia de covid-19 fez estragos preocupantes no Sudão: quase 10 milhões de cidadãos estão a enfrentar uma fome severa.
Quase 10 milhões de sudaneses estão a enfrentar uma fome severa, após a situação piorar devido à pandemia da covid-19, num país que precisa de, pelo menos, 283 milhões de dólares para recuperar, alertou a ONU.
“Mais de 9,6 milhões de pessoas, quase um quarto da população do Sudão, estão a enfrentar fome severa, o maior número já registado no país”, disse o número dois do gabinete das Nações Unidas no Sudão, Tinago Chikoto, numa entrevista coletiva virtual.
O coordenador humanitário das Nações Unidas no país, Gwi Yeop Son, explicou, na mesma conferência, que uma parte crescente da população sudanesa já tinha problemas para cobrir as suas necessidades básicas antes da pandemia e o sistema de saúde estava sob pressão “extrema”.
O impacto do coronavírus e o consequente encerramento de parte da atividade económica pioraram a crise preexistente num país onde apenas 15% dos medicamentos essenciais estão disponíveis, afetando o poder de compra dos sudaneses e o acesso a alimentos ou serviços médicos.
Assim, segundo a ONU, o país precisa urgentemente de 283 milhões de dólares para salvar cerca de 6,7 milhões de vidas afetadas pela covid-19 e apoiar o plano do Governo de Abdallá Hamdok, disse Son no evento, com o objetivo de disseminar informações adicionais sobre o país e apelar por um plano de resposta para o Sudão.
“Se o Sudão não estiver seguro, ninguém mais na região estará seguro e se ninguém mais estiver seguro, o continente africano não estará seguro”, alertou o chefe humanitário da ONU.
Desde que o primeiro caso de coronavírus foi registado no país, em 13 de março passado, já ocorreram 10.821 casos e 723 mortes. Cerca de 70% das infeções foram notificadas em Cartum, lembrou a diretora-geral de Saúde Global do Ministério da Saúde, Amal al Fateh, no seu discurso.
Pouco antes da propagação da pandemia, o chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, já tinha alertado, em declarações à Efe, que o Sudão era o segundo país mais inseguro em alimentos do mundo depois do Iémen, com mais de 8 milhões afetados.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
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Ou seja, Bolsonaro tinha razão !