Antigo primeiro-ministro já começou a sondar os colegas, com vista à liderança do Partido Conservador. Mas pode não ser o próximo primeiro-ministro.
Esta dama não era de ferro: Liz Truss só liderou o Reino Unido durante um mês e meio.
A futura ex-primeira-ministra anunciou nesta quinta-feira a sua demissão, 44 dias depois de ter tomado posse.
“Reconheço que, dada a situação actual, não consigo cumprir o mandato para o qual fui eleita pelo Partido Conservador”, explicou.
Assim termina o mandato mais curto de sempre na História do Reino Unido. Foi superado o recorde de George Canning, que em 1827 foi primeiro-ministro durante 119 dias, menos de quatro meses.
Recorde-se que Truss foi a sucessora de Boris Johnson depois de ter vencido Rishi Sunak (entre outros candidatos, que foram ficando para trás).
Agora poderá vir aí mais um processo semelhante: eleições internas no Partido Conservador e definição do próximo líder.
É aqui que entra…Boris Johnson. O jornal The Times já informou que o antigo primeiro-ministro deve ser um dos candidatos à liderança do Partido Conservador. Um assunto de “interesse nacional”, lê-se.
Dentro do partido já há diversos deputados a sugerir que o sucessor de Truss deve ser o seu antecessor.
O jornal The Telegraph reforça essa possibilidade e acrescenta que Boris já está a “fazer sondagens” para recuperar o lugar que ocupava.
O novo líder dos conservadores vai ser conhecido já na próxima semana, de acordo com Truss.
E, em princípio, o líder do Partido Conservador será o próximo primeiro-ministro. Porque, estando os conservadores (ou outro partido) no Governo, são eles que decidem o que fazer.
Este sistema no Reino Unido foi criado com o princípio de criar mais estabilidade ao país.
No entanto, pode surgir outro cenário: eleições gerais antecipadas.
O líder da oposição, Keir Starmer, já defendeu essa possibilidade. E, mesmo dentro do Partido Conservador, há quem defenda eleições e novo confronto com Partido Trabalhista.
Num partido (conservador) considerado “ingovernável”, o pânico interior é tal que há até deputados a ponderar apoiar a convocação de eleições antecipadas só para ser o Partido Trabalhista a resolver a situação complicada do país.
As sondagens indicam quem em caso de eleições em breve, seria o Partido Trabalhista a vencer, com margem confortável.
E, nesse cenário, Boris Johnson seria líder do partido (se vencesse) mas não do Governo.
A jocosidade Inglesa não tem limites !